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Governo vai limitar actualização das rendas em 2024 admitem os senhorios

 

Governo vai limitar actualização das rendas em 2024 admitem os senhorios

16 de agosto de 2023

Entre os proprietários que têm casas arrendadas há quase a certeza de que o Governo vai voltar a limitar os aumentos de rendas administrativamente em 2024. Num inquérito realizado entre 7 e 15 de Agosto pela ALP - Associação Lisbonense de Proprietários, mais de 92% dos senhorios inquiridos acreditam que o Governo vai voltar a impedir que as rendas sejam atualizadas nos termos da lei que, em 2024, será seguramente superior a 7%.

Metade dos respondentes do inquérito realizado pela ALP (49,2%) afirma que se o Governo voltar a fazer uma intervenção administrativa no arrendamento “irá fazer uma reflexão sobre a sua continuidade neste mercado”. Já 42,4% por cento afirma que a sua confiança ficará abalada, mas que “já estão habituados a este tipo de arbitrariedades”. Uma curta minoria de 5% dos respondentes utiliza outras formas de actualização de rendas, como coeficientes percentuais ou aumentos pré-estabelecidos. Menos de um por cento dos senhorios que responderam ao inquérito tem contratos de arrendamento de curta duração não renováveis para mitigar este tipo de risco.

Há 1,6% de proprietários a quem a limitação das rendas não afecta a confiança pelos mecanismos de compensação criados.

No entanto, 37% dos proprietários que responderam a este mini-inquérito que juntou 250 respostas de senhorios, considera que não deve recair sobre eles, pelo segundo ano consecutivo, as perdas de rendimentos e absorção do impacto da inflação, com quebra contratual e dos termos da lei, que define que as rendas devem ser actualizadas anualmente pelo coeficiente apurado pelo Instituto Nacional de Estatística durante o mês de Agosto. Defendem, por isso, que deve ser o Governo, através do Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU) a conceder subsídios aos inquilinos carenciados que não consigam suportar os aumentos da inflação legal sobre o valor da sua renda.

Cerca de um quinto dos proprietários auscultados (19,4% das respostas) considera que o Governo deve sentar-se à mesa com as estruturas representantes dos proprietários e inquilinos e conseguir um acordo na matéria da actualização das rendas para 2024.

Já uma fatia de 16% acha que a solução do crédito fiscal a conceder aos senhorios que foi encontrada para as perdas pode ser mantida. Uma fatia idêntica de respostas (14,2%) defende que pode ser concedido um crédito fiscal idêntico em sede de IRS aos inquilinos para compensar o aumento da renda pela inflação.

“A actualização das rendas para 2024 é mais uma incerteza que paira no arrendamento, entre as muitas, nomeadamente o que vai acontecer ao congelamento de rendas, que desespera desde Fevereiro sem notícias da tutela sobre o seu futuro, ou sobre a inconstitucionalidade do malogrado pacote Mais Habitação. Milhares de senhorios portugueses foram os únicos agentes económicos que sofreram fixação de preços e só vão ser ressarcidos parcialmente do brutal aumento do custo de vida de 2023 no IRS de 2024, com o crédito fiscal anunciado que, como a ALP denunciou não cobre integralmente as perdas”, afirma Luís Menezes Leitão, Presidente da ALP.

“Estamos apreensivos. Como indica este mini-inquérito, que teve uma adesão muito expressiva, numa semana em que a maioria dos portugueses estão de férias, os proprietários, infelizmente, estão habituados a arbitrariedades. E estas arbitrariedades resultam sempre em menos casas para habitar”, conclui Menezes Leitão.