
Roberto Teixeira, CEO Ownest
Construção sustentável: do custo à oportunidade tecnológica e económica
Durante anos, a construção sustentável foi vista como um “luxo verde”, reservado a quem podia pagar por soluções ambientalmente responsáveis. Hoje, essa perceção já não se aplica. A evolução tecnológica, os novos materiais e a industrialização dos processos transformaram a sustentabilidade numa oportunidade económica e operacional, e não num custo adicional.
O sector da construção é responsável por uma parte significativa das emissões globais de CO₂ e pela produção de resíduos. A verdadeira mudança não vem apenas da consciência ambiental, mas da capacidade de construir melhor, mais rápido e com maior precisão. Técnicas construtivas modernas, como o LSF (Light Steel Framing), permitem reduzir desperdício, acelerar prazos, aumentar a previsibilidade financeira e melhorar o desempenho térmico e energético dos edifícios.
Entre os avanços tecnológicos que mudam o paradigma da construção sustentável, destacam-se soluções como a orientação solar otimizada, que reduz desde logo os consumos energéticos, e a utilização de VMC (ventilação mecânica controlada) de duplo fluxo, que garante qualidade do ar interior e eficiência energética. No LSF, a estrutura é milimétrica: não há perfis a sobrar, porque sabemos exatamente quantas placas entram e em que dimensão. Este planeamento preciso reduz o desperdício para cerca de 30% face à construção tradicional. Do ponto de vista térmico, o espaçamento dos perfis, a partir dos 100 mm, permite usar lã mineral de forma contínua, garantindo isolamento eficiente e conforto estável ao longo do ano.
Do lado económico, uma habitação eficiente representa poupança real nas despesas mensais e maior valorização do imóvel, tornando a sustentabilidade um benefício tangível para o utilizador final. Para as cidades e políticas públicas, a orientação é clara: critérios ambientais estão cada vez mais presentes na avaliação de projetos, e a construção sustentável tende a deixar de ser exceção para se tornar regra.
Quando olhamos para o ciclo de vida completo de um edifício - da conceção à utilização - soluções construtivas inteligentes como o LSF reduzem desperdício, aceleram prazos de obra, aumentam a durabilidade e garantem maior eficiência. O desafio já não é provar se vale a pena investir em sustentabilidade, mas sim acelerar o ritmo da mudança e integrar tecnologia de forma estratégica para gerar resultados concretos e mensuráveis.
Roberto Teixeira
CEO Ownest
*Texto escrito com novo Acordo Ortográfico












