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O Grande Museu Egípcio abriu finalmente as portas

Foto GEM

O Grande Museu Egípcio abriu finalmente as portas

2 de novembro de 2025

O Grande Museu Egípcio (GEM), no Cairo, abriu oficialmente no dia 1 de Novembro de 2025, embora a entrada ao público se concretize apenas no dia 4, terça-feira - assinalando a conclusão de um projecto ambicioso que se prolongou por mais de duas décadas. O custo estimado do Grand Egyptian Museum (GEM) é de cerca de mil milhões de dólares. No entanto, fontes mais recentes citadas pelo jornal Le Monde, apontam que o custo total poderá ter ultrapassado os 3 mil milhões de euros, incluindo financiamento externo e gastos adcionais. 

Concebido pelo atelier Heneghan Peng Architects, o museu ergue-se no planalto de Gizé, a cerca de dois quilómetros das Pirâmides, ocupando uma área de 500 mil metros quadrados entre o limite urbano do Cairo e o deserto.



Imagem Grand Egyptian Museum (GEM)



Entrada principal: Foto de Richard Mortel em Wikimedia



Idealizado como um centro cultural e científico de referência mundial, o GEM pretende apresentar o legado da civilização egípcia antiga num contexto arquitectónico contemporâneo, que liga o Egipto moderno ao seu passado milenar.

A origem do projecto remonta aos anos 1990, com um concurso internacional lançado em 2002 que atraiu mais de 1.500 propostas de 82 países. A construção começou em 2005, mas enfrentou sucessivos adiamentos provocados por mudanças políticas, dificuldades financeiras e, mais recentemente, pela pandemia. A sua inauguração marca agora a criação de um dos maiores complexos museológicos do mundo, reforçando o papel do Egipto como destino cultural global.





O gigantesco hall de entrada com a imponente estátua de Ramsés II. Fotos GEM



O edifício foi desenhado segundo eixos visuais alinhados com as três pirâmides de Gizé, estabelecendo um diálogo directo entre passado e presente. A fachada de alabastro translúcido, proveniente de pedreiras locais, filtra a luz natural e funde o edifício com a paisagem desértica. No interior, destaca-se o Grande Átrio, com seis andares de altura, onde se encontra a monumental estátua de Ramessés II, banhada por luz difusa que entra através da cobertura.



Foto GEM



O percurso expositivo ocupa cerca de 81 mil metros quadrados, reunindo mais de 100 mil peças, o que faz do GEM o maior museu do mundo dedicado a uma única civilização. A colecção completa de Tutankhamon, composta por mais de 5.000 objectos, é exibida na íntegra pela primeira vez desde a descoberta do túmulo do faraó em 1922. Entre os destaques estão ainda o barco solar de Quéops, esculturas monumentais e artefactos provenientes de escavações em todo o país.



Barco solar de Quéops - Foto GEM



Cabeça do faraó Aquenáton. Foto Richard Mortel em wikimedia



Para além das galerias, o museu integra centros de investigação, conservação e educação, incluindo laboratórios de restauro, arquivos e até um museu infantil. O projecto foi desenvolvido com forte enfoque na sustentabilidade, incorporando painéis solares, recolha de águas pluviais, ventilação natural e o uso de materiais locais como granito e mármore. Graças a estas medidas, o GEM tornou-se o primeiro museu “verde” de África e do Médio Oriente, certificado com o selo EDGE Advance.





Todos os 5.000 objectos da descoberta do túmulo de Tutancamon estão expostos. Foto GEM



Com a sua inauguração, o Grande Museu Egípcio não é apenas um novo espaço expositivo — é uma ponte entre o passado faraónico e o futuro do Egipto, que redefine a experiência de visitar um dos locais mais icónicos da história da humanidade.



Foto GEM