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Portugal lidera redução de crédito malparado na Europa

Ilustração pikisuperstar em Freepik

Portugal lidera redução de crédito malparado na Europa

28 de outubro de 2025

Portugal registou, entre o segundo trimestre de 2024 e o mesmo período de 2025, a maior redução do volume de crédito malparado (NPL – Non-Performing Loans) na Europa, de acordo com o estudo ibérico “Investing in NPL in Iberia”, da Prime Yield. O país reduziu o valor em incumprimento em 15,7%, para 4.300 milhões de euros, o nível mais baixo da última década.
Actualmente, o crédito malparado representa 2,1% do crédito activo no sistema financeiro português — um rácio ainda ligeiramente acima da média europeia (1,8%), mas que traduz uma forte recuperação face a 2015, quando o incumprimento ascendia a 19,6%, num total de 41 mil milhões de euros.
Segundo dados da Autoridade Bancária Europeia (EBA), Portugal detém agora apenas 1% do total de NPL da Europa, figurando entre os países com menor volume deste tipo de crédito.
“A redução do crédito malparado em Portugal e Espanha reflecte o efeito conjugado de uma maior restrição na concessão de crédito após a crise financeira e da intensa actividade de venda de carteiras de NPL. São hoje mercados maduros e fortemente desalavancados, com níveis de transacção mais estáveis”, explica Francisco Virgolino, Director-Geral da Prime Yield.

Mercado estabiliza após operação recorde
Após um 2024 excepcional, marcado pela venda da carteira Projecto Cascais — uma operação de 4.200 milhões de euros, a maior de sempre em Portugal —, o mercado nacional de NPL registou este ano sinais de normalização.
Até Setembro de 2025, as transacções totalizaram cerca de 1.400 milhões de euros, superando já o volume de negócios de 2024 (excluindo o Projecto Cascais, que atingira 1.100 milhões). A Prime Yield antecipa que o valor final de 2025 possa ser superior, com várias operações ainda em fase de conclusão.
Com uma década marcada por sucessivas vendas de carteiras e reestruturações financeiras, Portugal consolida assim a sua posição como um dos países europeus com sistema bancário mais limpo e resiliente, num contexto de progressiva normalização do mercado de crédito.