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Plano de Urbanização de Évora propõe sistema de transporte metrobus

Foto CME

Plano de Urbanização de Évora propõe sistema de transporte metrobus

21 de março de 2025

A criação de um serviço urbano de transporte público metrobus em Évora é uma das propostas estruturantes da revisão em curso do Plano de Urbanização (PU) da cidade, revelou hoje o presidente da câmara municipal.

Em declarações à Lusa, o presidente da Câmara de Évora, Carlos Pinto de Sá (CDU), indicou que o projecto do metrobus está preconizado na proposta de revisão do PU, que já foi apresentada e agora vai para discussão pública.

“É um transporte colectivo com vias próprias e prioridade sobre todo o trânsito para ganhar tempo e, desta forma, oferecer à cidade uma alternativa de mobilidade que permita que muitas pessoas possam dispensar o carro particular”, resumiu.

Pinto de Sá admitiu que “é um projecto muito ambicioso, a longo prazo, mas fundamental para construir o futuro de Évora”, pelo que se “exige uma discussão aprofundada” sobre como se poderá concretizar e obter o respectivo financiamento.


Évora - Foto CME


Também em declarações à Lusa, o coordenador da revisão do PU, Jorge Carvalho, explicou que o projecto do metrobus compreende a circulação de um género de autocarros eléctricos num “corredor dedicado e exclusivo” e com “prioridade em relação a outras vias”.

Este transporte público, salientou o responsável, terá “um sistema automático em que, quando chega o metrobus, abre-lhe o sinal verde e fecha o vermelho para os outros”, de forma a dar-lhe prioridade no trânsito da cidade.

“Se queremos inverter o paradigma da mobilidade instalada muito centrada no automóvel, inevitavelmente, temos que ter uma alternativa que seja preferível, mais rápida, eficiente e certinha, que não tenha atrasos”, apontou.

Segundo este especialista em urbanismo, o traçado proposto para o metrobus tem uma extensão de 14,5 quilómetros, várias paragens e é “essencialmente circular, com dois eixos, um a norte e outro a sul”.

“Conseguimos fazer um traçado, que ainda pode não ser definitivo, que se implanta essencialmente em sítios não edificados”, porque “temos a preocupação de tornar o projecto possível, exequível e barato”, sublinhou.


Carlos Pinto de Sá (CDU), presidente da C.M. de Évora


Quanto à revisão do PU de Évora, Jorge Carvalho realçou que a proposta agora apresentada “começa a conceber a evolução da cidade a partir da ideia de um corredor dedicado a transportes públicos”.

“Toda a cidade é desenhada com uma sequência, sobretudo de circulação pedonal, que, depois, percorre praças, onde as pessoas se encontram e onde podemos estimular a vivência urbana. E, com isso, relacionam-se também os transportes públicos”, referiu.

O coordenador da revisão do PU sintetizou que o documento propõe “um novo paradigma de mobilidade” para Évora, assente no metrobus e “em eixos de mobilidade suave, articulando todas as partes da cidade” alentejana.

De acordo com o presidente do município, a proposta de revisão do PU de Évora vai agora para discussão pública, numa “perspectiva da defesa do interesse colectivo e da compatibilização com os recursos privados que poderão ser mobilizados”.

“Há a necessidade de fazer uma consensualização de um conjunto de projectos que estão propostos e que são de interesse da cidade, mas que, para serem concretizados, tem que ser alcançado um amplo consenso”, sublinhou.

Contudo, o autarca previu que não será possível aprovar o plano no actual mandato, até às próximas eleições autárquicas, que devem decorrer em Setembro ou Outubro deste ano.

Pinto de Sá salientou que discutir e votar o documento “a poucos meses das eleições, certamente, iria contaminar as propostas com as questões autárquicas e isso não é do interesse de ninguém”.

Lusa/DI