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Mercado Imobiliário Português refúgio de Investidores

28 de setembro de 2022

A performance do mercado de investimento continua a ser um refúgio para os investidores nacionais e internacionais. Os segmentos da logística, hotelaria e escritórios são aqueles que têm demonstrado maior atratividade por parte dos investidores, revela o Prime Watch.

Nesta edição resumida da consultora B.Prime destaca-se o grau de imprevisibilidade geopolítica e o aumento da taxa de juro pelo Banco Central Europeu para tentar conter a subida da inflação, que em Portugal ascendeu a 9.1% no mês de Julho (o valor mais elevado desde Novembro de 1992). Estes factores serão certamente determinantes na performance do mercado imobiliário, num futuro próximo, nomeadamente no fluxo de liquidez que poderá começar a escassear e a impor maior cautela aos investidores.

No que diz respeito ao mercado imobiliário comercial, no segmento de escritórios, após o debate público que o teletrabalho gerou, a retoma da actividade veio confirmar a robustez deste tipo de ativos, já que o mercado de Lisboa está actualmente a menos de 35.000m2 de atingir o melhor take up de sempre. As empresas que mais procuram espaços no mercado de Lisboa e do Porto são as dos Sistemas de Informação que representam quase metade da totalidade da procura. Outro aspeto importante é que cada vez mais os proprietários procuram obter as principais certificações de sustentabilidade (BREAM, LEED ou WELL), numa óptica de valorização dos seus portfólios, poupanças energéticas, mas também por uma questão de responsabilidade social, fruto de preocupações ambientais cada vez mais presentes, mas também porque as empresas inquilinas procuram cada vez mais sediar-se em imóveis com estas certificações.

No segmento da indústria e logística, o Prime Watch adianta que existe uma escassez de produto, mas uma procura crescente, o que tem levado a uma pressão nas rendas e a uma compressão das yields. Enquanto o retalho que foi o setor mais fustigado pela pandemia tem tido um comportamento assimétrico, consoante o tipo ativo.

No que diz respeito ao mercado de investimento, o estudo da B. Prime prevê que o volume de negócios deste ano iguale o período pré-pandemia, dando exemplos de vários portfólios de grande dimensão em fase avançada de negociação.

O Prime Watch alerta para um período de maior cautela por parte dos investidores, no entanto, os ativos portugueses continuam a apresentar yields muito competitivas e a atrair capital estrangeiro, que por si só representa 75% do volume total aplicado em Portugal, com os espanhóis, alemães e suíços a encabeçar as transações no nosso país.

Para Nuno Ferreira, Investment da B. Prime, “o mercado manteve-se e deverá manter-se dinâmico em 2023 mercê da liquidez existente e da consolidação de Portugal como destino para investidores internacionais. É previsível um ajustamento das yields justificado pela alteração do cenário macroeconómico, ainda assim menos significativo em comparação com outros mercados europeus, onde as yields sofreram compressões mais acentuadas ao longo dos últimos anos”.