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Investimento imobiliário atinge 1,23 mil milhões no primeiro semestre, mas 90% é estrangeiro

O kimpton Albufeira, no Algarve

Investimento imobiliário atinge 1,23 mil milhões no primeiro semestre, mas 90% é estrangeiro

17 de setembro de 2025

O mercado imobiliário português registou, no primeiro semestre de 2025, o melhor desempenho desde 2020. De acordo com o Dils Recap, relatório trimestral da consultora europeia Dils, o volume de investimento imobiliário comercial atingiu 1,23 mil milhões de euros, reflectindo uma subida de 90% face ao período homólogo.

O capital estrangeiro continua a dominar, representando mais de 90% do total investido, sobretudo através de estratégias core e value-add, que concentraram mais de 70% das transacções. Os sectores do retalho e da hotelaria assumiram particular relevância, absorvendo cerca de 75% do investimento. Entre as operações de maior dimensão destacam-se a venda do Hotel Cascais Miragem 5*, avaliada em 125 milhões de euros, e as transacções dos centros comerciais Nosso Shopping e Fórum Madeira, que ultrapassaram, em conjunto, 130 milhões.

Boavista Office Centre - Porto


Residencial em desequilíbrio

No mercado residencial, a procura mantém-se largamente superior à oferta, sustentando a pressão sobre os preços em todas as regiões - enfatiza o relatório da Dils. Em Lisboa, por cada novo fogo colocado no mercado são vendidos 14, e entre 2020 e 2024 os preços subiram, em média, 5% ao ano. A tendência prolonga-se em 2025, sobretudo no segmento de imóveis usados. No Porto, a procura nacional mantém a valorização dos preços, enquanto em zonas como Tróia, Comporta ou Melides os valores oscilam entre 3.500 €/m² e mais de 10.000 €/m² nas unidades premium. No Algarve, os preços variam entre 5.500 €/m² em Portimão e mais de 13.000 €/m² no Triângulo Dourado.

Escritórios: menos ocupação, rendas em alta

Em Lisboa, a ocupação de escritórios totalizou 83.835 m², menos 34% do que no mesmo período de 2024. Apesar da quebra, as rendas prime subiram para 30 €/m²/mês, impulsionadas pela procura de activos de maior qualidade. O pipeline inclui 188.000 m² de novos espaços, já com 67% pré-arrendados.


Industrial e logística: queda na absorção

A ocupação industrial e logística caiu 50% face a 2024, para 206.000 m². O segmento logístico concentrou 176.000 m², menos 20% que no ano anterior. Em Lisboa, destacaram-se os contratos da Worten (17.000 m²) e da Tesla (15.500 m²). Já o Grande Porto registou 32.600 m² de absorção, mais 30% do que no ano anterior. As rendas mantêm-se estáveis, mas prevê-se valorização devido à qualidade crescente dos activos.

MS Collection Mosteiro de Arouca


Retalho e hotelaria em recuperação

O retalho beneficiou do aumento do consumo e do turismo, com crescimento de 4% das vendas e novas aberturas em Lisboa e no Porto. As rendas prime mantêm-se estáveis: 140 €/m²/mês no Chiado e 85 €/m²/mês na Baixa do Porto.

A hotelaria reforçou a recuperação com a inauguração de 12 novos hotéis no primeiro semestre, acrescentando mil quartos à oferta nacional. Até ao final do ano, prevê-se a entrada de mais 4.500 quartos. Entre as novas unidades destacam-se o MS Collection Mosteiro de Arouca, o The Editory by the Sea Lagos e a chegada da marca de luxo Kimpton Atlântico, do grupo IHG.

Nos últimos 12 meses até Maio, Portugal somou 81 milhões de dormidas (+3%) e 32 milhões de hóspedes (+5%), com destaque para o crescimento de 8% no turismo norte-americano.

The Editory by the Sea Lagos