Estocolmo - Imagem de brightfreak por Pixabay
Endividamento das famílias suecas ensombra mercado habitacional
A Suécia está a conhecer “o desenvolvimento mais problemático na construção de novos edifícios residenciais em décadas” - afirma-se na última newsletter da Euroconstruct. Os elevados custos de produção e o aumento das taxas de juros, que atingem todo o continente europeu, são particularmente preocupantes na Península Escandinava, “onde a ansiedade agora prevalece na Suécia”. “Depois de anos de aumento dos preços da habitação e aumento das dívidas das famílias, o rápido aperto monetário tem efeitos problemáticos” - adianta a publicação.
A construção de novas residências está a desacelerar rapidamente, os preços dispararam já que a debilidade do mercado de capitais tornaram lucrativo investir em habitação. “Existem também factores estruturais que levaram as pessoas a entrar no mercado imobiliário e a assumir altos níveis de endividamento. Analistas estrangeiros tendem a concluir que a especulação criou uma bolha imobiliária” - refere a Euroconstruct.
Os preços das casas na Suécia aumentaram quase 400% nos últimos 20 anos, “mas a especulação não é realmente uma parte da explicação” - adianta o artigo. “A situação estrutural do mercado imobiliário sueco deve-se, em parte, a um mercado disfuncional de habitação para arrendamento. A forte regulação dos preços das rendas e ao mesmo tempo a falta de investimento público não criou as condições mais adequadas” - acrescenta.
A responsabilidade do sector público pela construção de apartamentos de arrendamento “é em princípio significativo, mas extremamente negligenciada, e os investimentos têm sido muito baixos para garantir uma oferta habitacional adequada”.
A escassez de casas para arrendamento levou, naturalmente, a que as pessoas fossem empurradas para o mercado imobiliário para a casa própria e forçadas a contrair grandes empréstimos para poder entrar e comprar a sua primeira habitação. Ter capital tornou-se mais importante à medida que os preços aumentaram. Ao mesmo tempo, o governo subsidia os custos de juros para as famílias, o que permitiu a obtenção de empréstimos maiores, resultando em novos aumentos de preços numa espiral auto-reforçada.
