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Lisboa entre as 20 cidades europeias mais resilientes ao impacto da IA no mercado de escritórios

Imagem de DC em Freepik

Lisboa entre as 20 cidades europeias mais resilientes ao impacto da IA no mercado de escritórios

2 de dezembro de 2025

Lisboa ocupa a 16.ª posição no ranking europeu de resiliência ao impacto da Inteligência Artificial (IA) no mercado de escritórios, segundo um novo estudo da Savills. A capital beneficia de polos empresariais dinâmicos e de talento tecnológico qualificado, factores que reforçam a sua competitividade num contexto de transformação digital acelerada.

O ranking é liderado por Londres, Berlim, Munique, Paris e Dublin, cidades com ecossistemas tecnológicos consolidados e forte especialização profissional, considerados elementos decisivos para manter a procura de espaços de trabalho à medida que a IA, o Machine Learning e a Data Science ganham peso nas estratégias empresariais.

Para a Savills, estas características tornam os mercados mais resistentes a potenciais reduções de procura ou a mudanças estruturais nos modelos laborais.



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Frederico Leitão de Sousa, Head of Offices da Savills Portugal, sublinha que “num momento em que o investimento global em IA cresce rapidamente, as cidades capazes de atrair talento qualificado e desenvolver clusters tecnológicos robustos irão liderar o futuro do mercado de escritórios”. O responsável destaca ainda que Portugal tem reforçado essa posição, não apenas pela competitividade de custos, mas pela qualidade do capital humano e pela presença crescente de hubs tecnológicos.

A pressão das grandes tecnológicas está a intensificar esta dinâmica. Entre Google, Amazon, Microsoft e Meta, os planos de investimento em servidores e centros de dados ascendem a 750 mil milhões de dólares até 2026. Nos primeiros nove meses de 2025, startups europeias de IA e Machine Learning captaram 16 mil milhões de euros em venture capital, contribuindo para a estabilidade dos mercados de escritórios em cidades com redes tecnológicas maduras.

Londres mantém uma posição destacada, com 26,5 mil milhões de euros investidos em IA na última década e um universo de 120 mil engenheiros de software.

Apesar dos riscos associados à automação, a Savills defende que o impacto no emprego será gradual. Mike Barnes, director de Research Comercial Europeu da consultora, refere que “as funções tenderão a ser aumentadas, e não substituídas, pela tecnologia”. A Oxford Economics prevê que o emprego em escritórios na UE cresça 4% na próxima década, impulsionado por novas funções ligadas à IA.

A nível ocupacional, a evolução do mercado deverá reforçar o papel do escritório como espaço de colaboração. Christina Sigliano, responsável de Global Occupier Services da Savills para a região EMEA, afirma que competências humanas como criatividade, liderança e comunicação ganharão relevo, levando as empresas a apostar em espaços que fomentem interacção, áreas colaborativas e salas flexíveis adaptadas a diferentes actividades.