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Lisboa entre as 20 cidades europeias mais resilientes ao impacto da IA no mercado de escritórios
Lisboa ocupa a 16.ª posição no ranking europeu de resiliência ao impacto da Inteligência Artificial (IA) no mercado de escritórios, segundo um novo estudo da Savills. A capital beneficia de polos empresariais dinâmicos e de talento tecnológico qualificado, factores que reforçam a sua competitividade num contexto de transformação digital acelerada.
O ranking é liderado por Londres, Berlim, Munique, Paris e Dublin, cidades com ecossistemas tecnológicos consolidados e forte especialização profissional, considerados elementos decisivos para manter a procura de espaços de trabalho à medida que a IA, o Machine Learning e a Data Science ganham peso nas estratégias empresariais.
Para a Savills, estas características tornam os mercados mais resistentes a potenciais reduções de procura ou a mudanças estruturais nos modelos laborais.
Frederico Leitão de Sousa, Head of Offices da Savills Portugal, sublinha que “num momento em que o investimento global em IA cresce rapidamente, as cidades capazes de atrair talento qualificado e desenvolver clusters tecnológicos robustos irão liderar o futuro do mercado de escritórios”. O responsável destaca ainda que Portugal tem reforçado essa posição, não apenas pela competitividade de custos, mas pela qualidade do capital humano e pela presença crescente de hubs tecnológicos.
A pressão das grandes tecnológicas está a intensificar esta dinâmica. Entre Google, Amazon, Microsoft e Meta, os planos de investimento em servidores e centros de dados ascendem a 750 mil milhões de dólares até 2026. Nos primeiros nove meses de 2025, startups europeias de IA e Machine Learning captaram 16 mil milhões de euros em venture capital, contribuindo para a estabilidade dos mercados de escritórios em cidades com redes tecnológicas maduras.
Londres mantém uma posição destacada, com 26,5 mil milhões de euros investidos em IA na última década e um universo de 120 mil engenheiros de software.
Apesar dos riscos associados à automação, a Savills defende que o impacto no emprego será gradual. Mike Barnes, director de Research Comercial Europeu da consultora, refere que “as funções tenderão a ser aumentadas, e não substituídas, pela tecnologia”. A Oxford Economics prevê que o emprego em escritórios na UE cresça 4% na próxima década, impulsionado por novas funções ligadas à IA.
A nível ocupacional, a evolução do mercado deverá reforçar o papel do escritório como espaço de colaboração. Christina Sigliano, responsável de Global Occupier Services da Savills para a região EMEA, afirma que competências humanas como criatividade, liderança e comunicação ganharão relevo, levando as empresas a apostar em espaços que fomentem interacção, áreas colaborativas e salas flexíveis adaptadas a diferentes actividades.













