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Custo do alojamento afasta jovens do ensino superior
O número de candidatos à 1.ª fase do concurso nacional de acesso ao ensino superior caiu para cerca de 50 mil este ano, menos nove mil do que em 2024. Federações académicas de Lisboa e Porto apontam o custo do alojamento como principal barreira, com quartos a rondar 500 euros em Lisboa e 400 no Porto, além da escassez de residências públicas.
A capital é a cidade mais cara, mas noutras com instituições de ensino superior os preços também representam um entrave. No Porto, por exemplo, o valor médio das rendas é 400 euros e em Faro ronda os 380 euros, descendo ligeiramente para 330 euros em Aveiro e 280 euros em Coimbra.
Embora o Governo vá alargar em 2025/2026 o apoio ao alojamento a todos os estudantes deslocados com rendimentos baixos, dirigentes estudantis alertam que a medida não resolve problemas estruturais, como a falta de contratos formais e a insuficiência da oferta. Defendem mais residências públicas, protocolos com entidades privadas e reforço de apoios.
Em Lisboa, segundo o presidente da FAL, Pedro Neto Monteiro, há cerca de 2.700 camas disponíveis, mas o universo de estudantes deslocados na região ronda os 50.000 e, por isso, nem as 19.000 camas contratualizadas para todo o país que o governo garante existirem seriam suficientes.
O ministro da Educação anunciou a revisão do sistema de acção social, mas só para 2026/2027. Estudantes consideram que a crise exige soluções urgentes.
DI/Lusa