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Turismo

 

Turístico Residencial prevê quebras de receita em média superiores a 50% em 2020

25 de março de 2020

A Associação Portuguesa de Resorts - APR, prevê na vertente específica do imobiliário Turístico Residencial, quebras de receita em média superiores a 50% no total do ano 2020 relativamente ao anterior, que tinha apresentado uma facturação de 650 milhões.

A associação indica que estas estimativas são válidas a 24 de Março e pressupõem que o pico do surto do Covid-19 será atingido em meados de Abril, que a situação estará controlada no início de Junho e que nessa altura as restrições ao tráfego aéreo irão terminar no espaço europeu, norte-americano e asiático.

"No entanto, como estamos especialmente dependentes dos nossos mercados emissores, todos em diferentes fases e alguns com situações bem mais complexas, é possível que o regresso a algum tipo de normalidade seja bastante mais demorado e que a realidade seja ainda pior que estas projecções. Nos empreendimentos dos nossos associados, a maior prioridade e o maior esforço são a manutenção dos postos de trabalho, das estruturas, dos potenciais clientes e dos parceiros de negócio para que uma resposta imediata possa ser dada a qualquer indício de recuperação", adianta a APR em comunicado.

Também as linhas de financiamento especiais, apesar das garantias creditícias a dar pelo Estado, são no entender da APR insuficientes. "Aumentar o endividamento de empresas que estão sem receitas, e sem saber quando as terão, pode ter efeitos devastadores e tornar impossível a sua recuperação. O Estado deve intervir com rapidez e músculo na injecção directa de dinheiro na economia e neste sector em particular. As circunstâncias que vivemos e que antecipamos exigem, por exemplo, a isenção de alguns impostos durante um certo período de tempo, designadamente dos impostos de património e de transmissões imobiliárias, que possam ser um incentivo, que permitam manter os compradores no mercado", explica.

A dilação de prazos de pagamentos de impostos e outras responsabilidades financeiras por prazos muito mais longos, são algumas das medidas pedidas e que permitirá que as empresas possam continuar a respirar.

Neste momento de ameaça aos empregos, às empresas e à economia nacional, a Associação Portuguesa de Resorts entende ainda ser especialmente importante a continuação da protecção dos instrumentos de competitividade nacional na captação e fixação de investimento estrangeiro, como são os vistos Gold e o regime dos residentes não-habituais. "O turismo e o imobiliário têm estado entre os principais motores da economia portuguesa ao longo dos anos. São indústrias que importa proteger empenhadamente e com realismo pois pode estar em causa a sua capacidade de ajudar eficazmente o país quando se iniciar a retoma", salienta a associação.

A APR divulga ainda projecções da Neoturis para o jornal Expresso sobre o impacto do Covid-19 para o sector da hotelaria, apartamentos turísticos e aldeamentos, na totalidade do ano 2020 comparado com o total do ano 2019, prevêem que para o Algarve:as

  • A taxa de ocupação por quarto, que em 2019 se situou nos 65,8%, vai cair cerca de 29 pp e situar-se-á nos 36,8% em 2020;
  • Os proveitos totais por quarto ocupado, que se situaram nos 115 euros em 2019, ficarão em 2020 em 80 euros, ou seja, uma redução de 30,5%;
  • Para um total de proveitos de 1 226 milhões de euros em 2019, iremos evoluir para 495 milhões de euros em 2020, ou seja, uma redução de 731 milhões de euros (- 59,6%).

De acordo com estas estimativas, as perdas serão da ordem dos 2,4 milhões de euros por dia entre 1 de Março e 31 de Dezembro de 2020.