Logo Diário Imobiliário
CONSTRUÍMOS
NOTÍCIA
JPS Group 2024Porta da Frente
Turismo
Câmara de Grândola quer impedir novos empreendimentos turísticos em duas freguesias

 

Câmara de Grândola quer impedir novos empreendimentos turísticos em duas freguesias

 

Câmara de Grândola quer impedir novos empreendimentos turísticos em duas freguesias

18 de fevereiro de 2022

A Câmara de Grândola, no distrito de Setúbal, aprovou a suspensão do Plano Director Municipal (PDM) para impedir a especulação imobiliária e a aprovação de novos empreendimentos turísticos em duas freguesias do concelho, revelou hoje o presidente da autarquia António de Jesus Figueira Mendes (CDU).

A medida pretende contribuir para “que o investimento turístico e imobiliário não se transforme num risco para a natureza, o ambiente e as populações”.

Segundo o autarca, a suspensão do PDM já foi aprovada pela câmara e pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Alentejo e vai ser votada pela Assembleia Municipal de Grândola.

Figueira Mendes explicou que a suspensão do PDM visa a fixação de medidas preventivas que “vão incidir apenas nas freguesias de Melides e do Carvalhal” para que não sejam aprovados “mais empreendimentos turísticos” nas respectivas áreas geográficas.

 

Respeito pela natureza e o ambiente

O autarca adiantou que as “medidas preventivas para poder recusar as aprovações” vão estar em vigor até à conclusão do processo de “revisão do PDM”, que visa “definir regras mais apertadas quanto à aprovação de determinado tipo de empreendimentos”.

“Queremos definir a qualidade do próprio empreendimento, o respeito pela natureza e o ambiente e, sobretudo, a exigência em relação aos recursos hídricos e outros valores”, sublinhou.

 

10.827, o número de camas aprovadas ou em execução

Questionado pela Lusa, o autarca alentejano rejeitou que o número máximo de camas turísticas tenha sido “excedido”, assinalando que podem ainda ser aprovadas “mais de 4.000”.

“Não é verdade que tenha excedido, o que queremos é pôr termo à especulação imobiliária que está a acontecer e essa foi a razão por que mandámos fazer um diagnóstico profundo sobre o concelho, suspender o PDM e criar medidas preventivas”, referiu.

Segundo o autarca, a intensidade turística máxima “é de 14.915 camas e a capacidade real ainda está aquém” do previsto, já que as camas turísticas “executadas, em execução ou aprovadas são, actualmente, 10.827” no concelho.

O número máximo de camas só seria ultrapassado se o município aprovasse todos os Pedidos de Informação Prévia (PIP) relativos a operações urbanísticas, alegou.

“Fomos analisar aquilo que estava a ser pedido e, se fossemos aprovar todos os PIP, ultrapassávamos esse número”, observou, notando que, actualmente, estão “aprovadas 10.827 camas, restando ainda 4.088”.

 

Caducidade dos PIP

Um PIP é um procedimento destinado a obter, a título prévio, informação e deliberação vinculativa sobre a viabilidade de uma operação urbanística concreta ou um conjunto de operações urbanísticas directamente relacionadas, de acordo com o Regime Jurídico da Urbanização e Edificação (RJUE).

O autarca defendeu “ser importante a declaração da caducidade dos PIP sem qualquer intenção concreta associada, cujo objectivo era apenas apurar a capacidade máxima dos terrenos, e, com isso, potenciar o seu valor, bem como a imposição da apresentação de PIP noutros termos, com definição concreta das pretensões”.

Actualmente, acrescentou, existe “um conjunto de pedidos concretos para empreendimentos turísticos que estão a ser apreciados”, mas quando estes processos estiverem concluídos não serão autorizados mais empreendimentos no concelho de Grândola.

“Quando chegarmos à definição daqueles que têm condições para serem aprovados, dentro deste limite, vamos avançar. Terminando isto, não autorizamos mais empreendimentos turísticos no concelho”, concluiu.

Lusa/DI