Arrendamento temporário: Oferta dispara 36% num ano
Nova tendência de arrendamentos com duração de 1 a 11 meses ganha terreno em Portugal. Arrendamento temporário já representa 10% da oferta disponível, avança o estudo do idealista.
De acordo com o portal imobiliário, o mercado imobiliário em Portugal está a assistir a um crescimento significativo dos arrendamentos temporários (de 1 a 11 meses). A quota deste tipo de arrendamento atingiu os 10% no último trimestre de 2023, segundo um estudo realizado pelo idealista, o principal Marketplace imobiliário do sul da Europa Este dado reflete um impressionante aumento anual de 36% na oferta, sinalizando uma tendência marcante no panorama imobiliário nacional.
“Como já tínhamos assistido no stock de arrendamento de longa duração, as medidas implementadas no setor habitacional parecem estar a impactar o mercado de arrendamento, com um aumento significativo na oferta de casas para arrendar em Portugal. Restrições no Alojamento Local, o fim do regime de Residentes Não Habituais (RNH) e a redução de impostos sobre as rendas podem também estar a contribuir para um reforço da disponibilidade de imóveis no mercado. Neste sentido, os proprietários parecem encontrar no arrendamento temporário uma alternativa atrativa ao alojamento local, visando optimizar o retorno financeiro e adaptar-se às dinâmicas variáveis do mercado imobiliário”, indica Ruben Marques, porta-voz do idealista.
Arrendamento temporário ganha terreno
Os maiores aumentos na oferta deste tipo de arrendamento aconteceram em pequenos mercados onde este fenômeno era praticamente inexistente até agora, e a presença de alguns anúncios causou subidas significativas. São os casos de Vila Real (200%), Guarda (100%) e Leiria (100%).
Seguem-se as cidades de Braga (93%), Évora (75%), Lisboa (68%), Viseu (50%), Setúbal (46%), Coimbra (35%), Faro (29%) e Ponta Delgada (29%).
Oferta de arrendamento de curta duração já é representativa
Em Ponta Delgada, 18% das habitações disponíveis destinam-se ao arrendamento de curta duração, enquanto em Faro, a percentagem é de 17% do total. Seguem-se Évora (13%), Funchal (11%), Lisboa (10%), Guarda (10%). Abaixo destes valores, encontram-se os mercados de Viana do Castelo (9%), Vila Real (8%), Porto (8%), Aveiro (7%), Coimbra (6,8%), Portalegre (6,7%), Setúbal (6,7%), Braga (6,6%), Leiria (6%) e Castelo Branco (5,1%).
Por outro lado, este tipo de arrendamento de curta duração é menos expressivo em Viseu (2,9%) e Santarém (2,7%). Já em Beja e Bragança é praticamente inexistente.
O que são arrendamentos temporários
Os arrendamentos muitas vezes apelidados de temporários ou de curta duração referem-se a contratos que não têm como objectivo satisfazer uma necessidade permanente de habitação, mas sim proporcionar alojamento para habitação não permanente ou para fins especiais transitórios, designadamente por motivos profissionais, de educação e formação ou turísticos, motivos esses que devem estar descritos no contrato. Tais contratos - os quais se regem pelo Código Civil, NRAU, e, naquilo que não tenha natureza imperativa, pela vontade das partes -, podem ser celebrados por períodos inferiores a um ano e, salvo estipulação em contrário pelas partes, não estão sujeitos a renovação automática.