Obra do arquitecto Manuel Gomes da Costa (1921-2016) em exposição
A exposição “mgc100: Moderno ao Sul” –, criada em 2009 com o intuito de, ainda em vida, celebrar a carreira do arquitecto Manuel Gomes da Costa (1921 -2016) -, voltou esta terça-feira, 14 de dezembro, a ser reposta no Arquivo Distrital do Algarve. A exposição estará em exibição até ao dia 15 de Abril de 2022.
A reposição desta exposição visa celebrar o centenário do nascimento de Manuel Gomes da Costa e dar a conhecer, através de 40 das suas obras, a progressão e abrangência da acção profissional do arquitecto no Algarve.
“O nome de Gomes da Costa e de alguns dos seus colegas contemporâneos, como Manuel Laginha e Vicente Castro, foram catapultados para a riquíssima esfera do Moderno Português, à medida que muitas teses, estudos, artigos e livros foram sendo desenvolvidos por estudantes, arquitectos e historiadores de arquitectura em muitas Universidades de Portugal e Espanha” – lembra o município de Faro em comunicado.
Cm esse intuito a edilidade algarvia tem também “desenvolvido várias acções de divulgação e protecção deste património, nomeadamente a recriação de casas modernistas de Faro para o ambiente do jogo Minecraft pelos alunos das escolas do concelho, através do projecto MI.MOMO.FARO – Minecraft e a Arquitectura Modernista em Faro, ou a classificação de Interesse Municipal do “Eixo de ligação entre o Mercado e a Escola Secundária João de Deus”, que define regras restritas de intervenção em edifícios Modernos, numa sucessão contínua de ruas e bairros da cidade, constituindo, até agora, algo de raro no país” – sublinha o município.
Manuel Gomes da Costa, arquitecto
Foi no ano de 1953 que o arquitecto Manuel Gomes da Costa introduziu no Algarve “novos valores linguísticos e uma nova arquitectura que rompia com os padrões do tempo do regime”.
Ao longo de mais de cinco décadas de trabalho árduo, perseverante e solitário, o arquitecto projectou e construiu centenas de obras, que, para além do programa habitacional mais corrente, teve também muita expressão no âmbito do equipamento público, dentre os quais se destacam, entre outros, a Creche de Aljezur, a Colónia de Férias de Alcantarilha, o Colégio da Nossa Senhora do Alto em Faro, a Capela de Santa Luzia ou a Cooperativa Agrícola de Santa Catarina da Fonte do Bispo.
Grande parte destes edifícios do Período Moderno e da sua autoria, são importantes testemunhos formais da realidade do séc. XX em Faro e no Algarve. Património único e irrepetível, é possível, através dele, estabelecer novas conjunturas, revendo-se a continuidade da História através da análise do acontecimento individual.