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Arquitectura

 

Lisboa vai ter um Mapa de Arquitectura de 1948 até 2019

2 de maio de 2019

Depois de ter lançado o Guia de Arquitectura de Lisboa 1948-2013, há cinco anos, a editora A+A Books vai lançar agora o Mapa de Arquitectura de Lisboa 1948 - 2019, para acompanhar as alterações que surgiram na cidade até à actualidade.

De acordo com a editora, o Guia de Arquitetura de Lisboa 1948-2013 veio responder a uma carência para quem visitava a cidade e se interessava por Arquitectura Moderna e Contemporânea, pois o último guia com este objectivo já tinha saído do prelo há oito anos e um mapa de Arquitectura tinha dez anos, estando ambos esgotados e desactualizados.

A A+A Books explica que desde 2013 decorreram tempos de visíveis alterações na cidade (concelho), na medida em que os efeitos da crise económica de 2008 foram diminuindo e o desenvolvimento do turismo tem sido evidente, acompanhado pela vinda de novos residentes de fora do país com alto poder de compra e que procuram morar nas zonas mais centrais ou mais cénicas. Por parte dos poderes públicos e privados o crescimento de equipamentos culturais ou intervenções nos espaços colectivos exteriores têm marcado a cidade, não esquecendo os processos de reabilitação na grande mancha histórica que Lisboa possui porque foi, ao longo de séculos, uma das cidades mais populosas do continente europeu.

"Vale a pena lembrar a razão pela qual se escolheu a data de 1948 como início temporal de um Mapa de arquitectura moderna e contemporânea. É precisamente o ano da realização do 1º Congresso Nacional dos Arquitectos em Lisboa, que reuniu muitos dos membros de uma classe profissional em lenta ascensão social e sobretudo os mais jovens que vieram afirmar os princípios do Movimento Moderno, tornando o congresso numa manifestação com características de vanguarda, mas também crítico perante as políticas urbanísticas, de habitação e culturais do regime ditatorial do Estado Novo. Este mesmo ano foi também o de conclusão do Plano Director de Lisboa, coordenado pelo arquitecto-urbanista Étienne de Gröer (1882-19?), que tinha sido convidado para tal, em 1938, pelo então Ministro das Obras Públicas e Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Duarte Pacheco (1900-1943). O Plano Director de Lisboa de 1938 incorporou a consciência desta metropolização e serviu de matriz para o crescimento planeado da cidade nas décadas seguintes, favorecido pela expropriação de cerca de um terço do concelho de Lisboa, sobretudo de terrenos pouco ocupados, pelo mesmo Duarte Pacheco. Tal possibilitou o planeamento e construção de um conjunto de bairros de iniciativa municipal que marcam a história da Arquitetura e Urbanismo em Portugal: Alvalade, Olivais Norte, Olivais Sul, Chelas e Telheiras, numa sequência temporal que mostra a evolução das formas da cidade e da habitação entre meados do século XX e as suas últimas décadas", explica em comunicado a editora.

 Deste modo, no pressuposto que a cidade física é constituída por obras de arquitectura (que incluem espaços construídos interiores e exteriores, públicos ou privados) suportadas pelas redes de infraestruturas, acolhendo uma população que nela vive, trabalha e se diverte/cultiva em tempos e situações diversas, um conjunto de exemplos concretos são assim localizados e referenciados no mapa segundo critérios de qualidade que passam pela tríade vitruviana (solidez, adequação e beleza), inserção e proposta urbana e inovação crítica, na apreensão da obra de Arquitectura como fenómeno complexo e reconhecível (…).

O lançamento do Mapa acontece no dia 10 de Maio, às 18h30, no Salão Nobre dos Paços do Concelho, Câmara Municipal de Lisboa.