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Portugal Real Estate Summit: Mais de 80% dos investidores querem estar activos na compra de imobiliário em 2022

4 de outubro de 2021

Num momento em que se entra na fase final de desconfinamento pandémico, a indústria de investimento imobiliário mostra-se especialmente optimista e planeia intervir activamente no mercado no próximo ano, concluiu-se na V edição do Portugal Real Estate Summit, que durante dois dias reuniu a comunidade de investimento imobiliário presente ou com interesse no mercado ibérico.

Mais de 80% dos investidores presentes neste encontro pretende investir em imobiliário no nosso país em 2022 e a maioria (71%) acredita ainda que o próximo ano será de aumento de preços neste sector, segundo os questionários interactivos em tempo real realizados no decurso dos trabalhos. Este sentimento dá eco ao dinamismo verificado já este ano no sector, com a Iberian Property, entidade organizadora do Portugal Real Estate Summit, a estimar que o investimento imobiliário em Portugal no acumulado de 2021 até Agosto tenha alcançado um montante de 1.205 milhões de euros, dos quais 47% (561 milhões de euros) dizem respeito a negócios concretizados nos últimos dois meses.

 

Segmentos alternativos

Os segmentos alternativos ganham crescente atenção por parte dos investidores, numa altura em que ficou claro que o paradigma do investimento está a mudar. Desde logo a nível global, observando-se "agora uma abordagem mais temática dos investidores, que olham cada vez mais para o investimento segmento a segmento", defendeu Dominique Moerenhout, CEO da EPRA. O responsável máximo da associação europeia de REITs frisou que o imobiliário continua a atrair os investidores, tendo sido um sector especialmente resiliente durante a pandemia. Além disso, "o regresso aos níveis pré-crise acontecem cerca de 6 meses antes do previsto e a recuperação é cinco vezes mais rápida do que a observada durante a anterior crise, a Grande Crise Financeira", notou ainda.

De acordo com os especialistas das várias consultoras imobiliárias intervenientes na conferência (Cushman & Wakefield, CBRE e Savills), Portugal não escapa a esta tendência de diversificação do investimento, observando-se um maior equilíbrio na alocação de capital aos diferentes segmentos. Ainda que os escritórios, o retalho e, cada vez mais, a logística se mantenham no radar dos investidores, os segmentos emergentes na área residencial, como o arrendamento construído de raiz (build-to-rent), as residências para estudantes e as residências sénior, têm um enorme potencial para captar investimento, tendo sido travados até à data pela falta de oferta disponível para investir. O segmento de imobiliário de saúde e bem-estar, além dos datas centres e os activos agrícolas são também apontados como novas fontes de captação do investimento imobiliário em Portugal.

Os investidores presentes no evento defenderam ainda que face ao actual momento de baixa oferta disponível quer nos segmentos tradicionais quer nos emergentes, uma das opções de investimento passará cada vez mais pela aposta na promoção, o que poderá acontecer quer em projectos de construção nova quer em projectos de renovação. David Brush, CIO da Merlin Properties, um dos maiores investidores imobiliários estrangeiros activos em Portugal, frisou que “além da análise aos sectores de alocação do capital, a grande questão hoje é decidir se compramos para rendimento ou se construímos”. Na sua perspectiva, “as aquisições são cada vez mais difíceis de concretizar, especialmente quando a visão é de longo-prazo. Por isso, investir na fase da promoção do activo pode ser uma oportunidade muito atractiva