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Mediadores Imobiliários com quebras acima de 80% nas transacções e procura em Janeiro

22 de fevereiro de 2021

Mais de 80% das empresa de mediação imobiliária registaram quebras nas transacções e na procura de imóveis em Janeiro, em termos homólogos, e mais de 70% reportam uma diminuição nestes indicadores face ao mês anterior, segundo um inquérito da principal associação sectorial.

Num comunicado divulgado hoje, a Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP) considera que “estes números são desanimadores e retratam as consequências do confinamento que entrou em vigor a 15 de Janeiro, impedindo as empresas de mediação imobiliária de desenvolver a sua actividade normalmente, por não poderem realizar visitas presenciais”.

Segundo as conclusões do Barómetro APEMIP – Janeiro 2021, realizado junto dos profissionais imobiliários a operar em Portugal, comparando a venda de imóveis no mês de Janeiro com o mês anterior, 77,4% dos inquiridos confirmam uma quebra nas transacções, contra 18% que indicam que o negócio se manteve e 4,6% que declaram que terá aumentado.

Já em comparação com o período homólogo (Janeiro de 2020), 82,4% apontam para uma quebra no negócio, 13% referem a sua manutenção e 4,6% o seu aumento.

 

Menor procura...

A APEMIP nota que “também a procura reflecte já o impacto da situação pandémica”, com 71% dos profissionais a assinalar um decréscimo face ao mês anterior, subindo esta percentagem para os 84,8% quando a comparação é efectuada com igual período do ano anterior.

Luís Lima, o presidente da APEMIP considera que, “se no ano passado as empresas demonstravam algum optimismo, apesar das circunstâncias, em 2021 a fadiga e as dificuldades que enfrentam é espelhada nos resultados deste barómetro”.

“Por um lado, a quebra da procura começa a ser notória, por outro as empresas continuam impedidas de fazer visitas e de desenvolver a sua actividade, o que se reflecte no seu grau de optimismo para o desempenho do presente ano”, sustenta Luís Lima.

Segundo o dirigente associativo, “61% dos profissionais declararam nunca ter efectuado qualquer negócio através de visitas virtuais e 15,3% afirmaram não ter à sua disposição meios para o fazer, o que comprova que este recurso serve só nichos muito específicos do mercado”.

Salientando que estes números confirmam “a ineficácia das visitas virtuais para a concretização de negócios”, a APEMIP apela a que o sector seja integrado logo na primeira fase de desconfinamento.

 

E os preços...?

No que diz respeito aos preços da oferta disponível, 62,5% dos inquiridos apontaram para a sua manutenção, 31,4% para a sua quebra e 6,1% registaram um aumento face ao mês anterior. Já em comparação com o período homólogo, 44,9% dos inquiridos afirmam que os preços se mantiveram, 37,5% que diminuíram e 17,6% que terão aumentado.

Para Luís Lima, é “natural que os preços comecem a reflectir os efeitos da quebra da procura e que se verifiquem algumas correcções dos valores praticados”, sendo este fenómeno “particularmente notório no segmento habitacional mais alto/luxo, que se ressente pela quebra da procura estrangeira (62,6% dos inquiridos confirmam uma quebra deste negócio), uma vez que o mercado interno não tem tanta capacidade para absorver este tipo de activos”.

Baseado num inquérito realizado ‘online”, o Barómetro APEMIP – Janeiro 2021 decorreu entre 02 e 11 de Fevereiro de 2021 e contou com cerca de 4.000 respostas de profissionais de empresas de mediação imobiliária licenciadas a operar em Portugal.

Lusa/DI