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Escritórios

 

Mercado de escritórios em Lisboa anima em Agosto

15 de setembro de 2020

Em Agosto, o mercado de escritórios de Lisboa registou um volume de absorção aproximado de 13.500 m2, o que representa um aumento de 19% comparativamente ao mesmo período do ano de 2019.

De acordo com o último relatório sobre o mercado de escritórios da consultora Savills, depois de dois meses consecutivos de resultados negativos, com os meses de Junho e Julho a verificarem um volume de absorção total de apenas 5.472 m2 e uma descida de 89,8% face ao período homólogo de 2019, o mês de Agosto veio dar um novo impulso ao mercado.

No total foram fechadas seis operações, duas das quais acima dos 5.000 m2, localizadas na zona do Parque das Nações e no Corredor Oeste.

Perante o contexto de pandemia e ainda que o volume de absorção acumulado entre os meses de Janeiro e Agosto de 2020 revele uma descida de 28,1% face ao mesmo período do ano 2019, o mercado continua a observar o fecho de operações de maior dimensão e uma vontade resiliente das empresas em levarem a bom termo os seus planos de mudança de instalações.

De acordo com Alexandra Portugal Gomes, Associate do Departamento de Research da Savills Portugal, “a quatro meses do final de 2020 é seguro afirmar que o ano irá encerrar abaixo da média de ocupação verificada nos últimos dois anos situada nos 200.000 m2, sendo expectável uma descida de 25% no volume de absorção que coloca o resultado final na ordem dos 150.000 m2 de espaços de escritórios ocupados em 2020”.

Até ao mês de Agosto de 2020, 52% do volume de absorção contabilizado foi respeitante a operações acima dos 5.000 m2, sendo que face a 2019, o volume de absorção de espaços com área superior a 5.000 m2 observou um crescimento de 8,3%. No total, foram fechadas seis operações sendo uma das mais representativas a ocupação por parte do BPI do Edifício Monumental (16.441 m2) na zona Prime CBD. Em termos de performance por zona de mercado, à exceção da zona 7 (outras zonas), todas as zonas do mercado de escritórios de Lisboa demonstraram quebras de atividade, com particular destaque para as Novas Zonas de Escritórios (-76,8%) e a Zona Histórica & Beira-rio (-70,6%).

Apesar da falta de oferta qualificada no coração da cidade, a Zona Prime CBD tem conseguido manter os seus níveis de ocupação relativamente estáveis. Nos primeiros oito meses do ano, esta zona observou um menor decréscimo de actividade do mercado (-13,1%), provando a preferência das empresas ocupantes por localizações centrais que lhes permitam estar muito próximas de uma rede de serviços e transporte completa, mas também diminuir os tempos de deslocação casa - trabalho dos seus colaboradores., factor que assume no contexto actual uma particular importância.

No total, entre Janeiro e Agosto foram fechadas 63 operações, menos 44% comparativamente ao mesmo período do ano 2019, com a Zona do Corredor Oeste a somar 19 operações e ocupar o 1º lugar neste ranking. Em termos de performance por sector de actividade, os sectores de Farmacêuticas e Saúde e Serviços Financeiros são os únicos a registarem valores positivos, com aumentos homólogos de 65,6% e 37,8% respectivamente.  

Rodrigo Canas, Associate Director do Departamento de Escritórios da Savills Portugal acrescenta que “estes valores não nos surpreendem e não devem ser percecionados de forma negativa. A pandemia Covid-19 veio claramente colocar em perspectiva os espaços de trabalho e a forma como estes estão organizados e preparados para voltarem a receber os trabalhadores de forma segura”, afirma.

“Se existem algumas empresas que passaram a apostar a 100% no teletrabalho, essa não será realidade da grande maioria das empresas em Portugal. O espaço de escritório vai continuar a manter o seu lugar de liderança, não sendo possível substituir todas as funções a que responde: desde a relação intersocial com os colegas, ao estímulo criativo, ao brainstorming, à troca de experiências e ao estabelecimento e manutenção de uma ligação presencial e fulcral com clientes.”, conclui o responsável.

A consultora indica que a Covid-19 demonstra-se assim como uma oportunidade reposicionamento não só das estratégias das empresas, como também dos próprios edifícios de escritórios que se querem agora, mais do que nunca, 100% flexíveis, com capacidade de resposta e adaptação imediata a futuras situações de crise.