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Mercado de escritórios de Lisboa com sinais de recuperação no início do 2º semestre

18 de agosto de 2021

Apesar de uma quebra de 19% nos primeiros sete meses de 2021, a Savills antevê uma recuperação deste segmento na segunda metade do ano, com o levantamento progressivo das medidas de combate à Covid-19.

Entre Janeiro e Julho de 2021, o mercado de escritórios de Lisboa contabilizou um volume de absorção total aproximado de 68.700 m2. Os valores revelam um decréscimo de 19% comparativamente ao mesmo período de 2020, e uma quebra de 45% face ao volume alcançado no período homólogo de 2019, na fase pré-pandemia, de acordo com nova análise da consultora imobiliária internacional Savills.

"A recuperação no 2.º semestre parece cada vez mais evidente. Ainda que o mercado esteja a sofrer as mazelas do confinamento vivido nos últimos meses, o apetite das empresas por Lisboa mantém-se visível, principalmente no setor das tecnologias e informática. É também curioso observar as novas tendências que a pandemia trouxe aos espaços de trabalho. Com as zonas centrais a apresentarem taxas de disponibilidade cada vez mais residuais, a procura de localizações secundárias e espaços de trabalho mais alternativos vieram diversificar o perfil de procura", afirma Ana Redondo, Associate Director do Departamento de Office Agency da Savills Portugal.

No decorrer do 1.º semestre de 2021, a Zona 5 (Parque das Nações) observou o maior volume de absorção, com aproximadamente 21.000 m2. No entanto, contabilizando apenas o mês de julho, a zona com maior volume de absorção foi a zona 7 (Outras zonas), com cerca de 7.770 m2. O fecho da operação da Bi4ALL foi responsável por 7.000 m2, sendo esta a única transação com mais de 5.000 m2 no mês de Julho.

Não obstante a falta de oferta qualificada no centro da cidade de Lisboa, a zona 2 (CBD) tem conseguido manter os seus níveis de ocupação relativamente estáveis. Ao contrário da Prime CBD, que teve um decréscimo de 61% comparativamente ao período homólogo do ano anterior.

Até ao mês de Julho de 2021, foram fechadas 67 operações, mais 10 do que entre janeiro e julho de 2020. A zona que apresentou o maior número de transacções foi a zona 2 (CBD), com 19 transações e uma área média contratada de 512 m2. 

Relativamente aos sectores de actividade mais dinâmicos, o sector das TMT’s & Utilities continua a exercer um peso significativo (47%) no volume total de absorção do mercado de escritórios de Lisboa, confirmando a atractividade da capital portuguesa para a instalação de empresas do sector das Tecnologias de Informação e Comunicação.

Entre Janeiro e Julho de 2021, das 67 operações fechadas, registou-se o maior número de operações para áreas até aos 300 m2. No entanto, o maior volume de absorção observou-se no intervalo de áreas dos 1.501 m2 aos 3.000 m2, totalizando cerca de 17.500 m2.

Em Julho de 2021, o maior motivo de procura foi a mudança de edifício, com 11 das 13 operações fechadas no mês em questão, registando um total de volume de absorção de 11.311 m2, 85% do total de transacções. A mudança de edifício para espaços de escritórios com áreas compreendidas entre os 301 m2 e os 800 m2 foram as mais comuns, seguindo as áreas até aos 300 m2.

Quanto à evolução mensal, o relatório indica que é visível uma recuperação em 2021, fruto da diminuição do rigor das medidas de combate à pandemia. No mês de julho de 2020, não foram registados negócios no mercado de escritórios de Lisboa, enquanto que, em 2021, houve um volume de absorção de 13.377 m2.

Em 2021, o número de operações já foi superior ao ano anterior. No entanto, o mercado de escritórios de Lisboa ainda continua a recuperar os prejuízos causados pela pandemia, sendo que o número de operações fechadas ainda continua inferior quando comparando com os três anos anteriores a 2020.

Ana Redondo defende que "o modelo de trabalho híbrido parece ter vindo para ficar. Contudo, os escritórios continuarão a desempenhar um papel fundamental no reforço dos valores e da cultura da empresa".

"Os efeitos positivos no controlo da pandemia, reflexo do plano de vacinação resultarão numa menor pressão sobre o valor das rendas que se perspetiva que permaneçam estáveis até o final de 2021", prevê a responsável.