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Escritórios

 

Lisboa entre os mercados de escritórios na Europa com maior competição por novos espaços

14 de julho de 2021

Apesar de o desenvolvimento de novos espaços de trabalho na Europa ter ultrapassado valores dos últimos cinco anos, as taxas de disponibilidade mantêm-se aquém dos níveis de procura. Em Portugal, a disponibilidade de escritórios no mercado de Lisboa mantém-se na ordem dos 7%, atrás de Barcelona, que regista uma taxa de disponibilidade de 8,5%. É esperado um aumento superior a 150 mil m2 de espaços de escritórios em Lisboa para o biénio 2021-2022. Para a cidade do Porto, esse aumento de novos espaços de escritórios deverá atingir os 100 mil m2 até 2022.

De acordo com o relatório European Office Development, da consultora imobiliária internacional Savills, os ocupantes que procurem espaços de trabalho de qualidade na Europa serão confrontados com uma forte competição pelos melhores espaços no mercado de arrendamento, apesar de se esperar que 2021 traga mais 26% de novos espaços de escritórios para o mercado europeu, o maior crescimento verificado nos últimos cinco anos.

Até ao final do ano, espera-se que sejam adicionados ao mercado europeu de escritórios mais 5,2 milhões de m2. Para o ano de 2022, antevê-se um aumento similar, de 5,1 milhões de m2.

Contudo, a Savills estima que 54% desses novos espaços de escritórios projetados para 2021 estejam já pré-arrendados, pelo que qualquer novo espaço de escritório prime será imediatamente absorvido, de acordo com as atuais tendências de ocupação.

Apesar de a percentagem de espaços pré-arrendados ser inferior a 2020 (entre 55% e 60%), Eri Mitsostergiou, diretora de European Research da Savills, refere que a procura por espaços de trabalho de qualidade é uma prioridade para os ocupantes, não encontrando correspondência numa oferta que se mantém aquém das tendências de ocupação.

Em linha com as conclusões da publicação Impacts 2021 da consultora, lançada recentemente, a transição para modelos de trabalho híbridos representará o principal grande desafio que as empresas terão que enfrentar ao longo dos próximos cinco anos.

Em cidades como Berlim, Estocolmo, Amesterdão, Paris e Munique, a taxa de disponibilidade de espaços de escritórios cai para níveis inferiores a 6%, naqueles que são considerados alguns dos mercados de arrendamento mais competitivos.

Por outro lado, espera-se que um aumento da oferta secundária seja responsável por um aumento da taxa de disponibilidade de espaços de escritórios nos mercados europeus. Existe, porém, a possibilidade de este aumento de oferta não ser capaz de satisfazer as exigências atuais dos ocupantes, principalmente no que respeita aos indicadores ESG (Ambiente, Social e Governance) e de sustentabilidade digital.

A Savills prevê que a taxa média de disponibilidade na Europa atinja os 7,5%, com cidades como Varsóvia e Bucareste na liderança dos mercados com maior número de espaços disponíveis, ambas com taxas de disponibilidade da ordem dos 11%.

O regresso gradual aos escritórios fará com que muitas empresas invistam na remodelação dos espaços, com maior ênfase no bem-estar e segurança dos trabalhadores.

Ana Redondo, Associate Director da Savills Portugal, indica que "os escritórios não terão necessariamente de ver reduzida a sua área, mas a distribuição terá de ser diferente e continuarão a ter um papel fundamental no reforço dos valores e cultura da empresa".

"A área que diz respeito aos postos de trabalho convencionais terá de ser convertida em espaços de maior estímulo à criatividade e à cooperação em grupo, onde os contactos informais potenciam a troca de experiências, de informação e conhecimento", acrescenta.