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“3.500 alojamentos locais em Lisboa estão inactivos”

 

“3.500 alojamentos locais em Lisboa estão inactivos”

 

“3.500 alojamentos locais em Lisboa estão inactivos”

17 de fevereiro de 2022

O Alojamento Local em Lisboa teve quebras de facturação entre 55% e 60% em 2021, segundo a associação do sector, que garante haver 3.500 alojamentos inactivos e alerta para o efeito "contraproducente" dos anúncios de suspensão de licenças.

"Lisboa, junto com o Porto, foi dos destinos mais afectados com a crise, com quebras de faturação entre 75%-80% em 2020 e 55%-60% em 2021", lê-se num documento da associação ALEP - Alojamento Local em Portugal, com o título "Alojamento Local em Lisboa em período de pandemia", elaborado em Janeiro deste ano e entregue na segunda-feira na Assembleia Municipal de Lisboa (AML).

Os deputados municipais estão a apreciar uma proposta aprovada pela oposição no executivo da câmara que prevê a suspensão imediata de novos alojamentos locais em toda a cidade, enquanto decorrer a revisão do regulamento municipal do sector.

 

Lisboa tem 19.651 AL

No documento, a ALEP diz que dos 19.651 alojamentos locais (AL) em Lisboa identificados no Registo Nacional de Alojamento local (RNAL), "acima de 3.500 não estão activos", uma vez que durante a pandemia cerca de 2.000 propriedades deixaram de ser anunciadas nas plataformas e surgiram 1.500 "registos fantasmas” criados pela forma como são feitos anúncios das suspensões de novas licenças.

Segundo a associação, em 2020 e 2021 houve "um número similar" de novos registos e cancelamentos, num "crescimento quase nulo" e "renovação saudável, já que foram substituídos registos nas zonas históricas, com maior concentração, por novos registos em zonas fora das áreas turísticas", respondendo a novos segmentos de mercado que até à pandemia de covid-19 não encontravam resposta para as suas necessidades.

São, diz a ALEP, alojamentos para arrendamento de média duração, entre um a nove meses, para, por exemplo, estudantes, familiares e doentes em tratamentos em hospitais, pessoas com casas em obras ou nómadas digitais.

"O AL não está limitado apenas aos turistas", lê-se no documento, que sublinha que o registo de novos alojamentos fora das zonas de contenção (no centro da cidade, onde já é proibido novos apartamentos deste tipo, para o turismo) "foi inexpressivo", sobretudo quando comparado com os milhares de casas vazias nos mesmos bairros, ou seja, que não são usadas para habitação permanente.

A única exceção foi a freguesia da Estrela, onde nos últimos dois anos surgiram mais 115 alojamentos locais, mas a ALEP lembra que esta é uma área que "já estava a ser acompanhada" no âmbito do regulamento municipal e que, "apesar de não ter tido um grande crescimento, já estava nos limites de concentração definidos para as áreas de contenção".

 

99.158 AL em Portugal

A associação diz ainda ser "um mito" que o AL em Lisboa esteja dominado por grandes fundos e empresas, já que "o sector continua a ser composto essencialmente por particulares e micro empreendedores".

Segundo os dados incluídos no documento, há 7.500 titulares de AL em Lisboa, dos quais, 5.000 são particulares. Das 2.500 empresas, 40% têm apenas uma propriedade e 68% têm até três.

"São projectos de dimensão compatível com uma actividade particular ou familiar", defende a ALEP.

A nível nacional, havia 99.158 AL registados em Janeiro deste ano e o sector representa hoje cerca de 40% das dormidas do turismo no país, de 50% em Lisboa e de 60% no Porto, segundo o documento.

"Actualmente, mais de 55.000 famílias no país dependem directamente do AL", segundo a ALEP, que sublinha que só 28% das propriedades ficam em Lisboa e no Porto, estando 72% "fora dos grandes centros", associadas a destinos do interior, de surf e natureza.

Lusa/DI