
Casa de luxo - Freepik
Sector imobiliário de luxo a nível mundial arrefece
No terceiro trimestre de 2024 verificou-se uma descida do valor das vendas de imobiliário de superluxo em 12 mercados avaliados, com quedas registadas de 18% em volume e de 17% em valor, em comparação com o trimestre anterior, segundo a Knight Frank.
Os dados resultam do mais recente relatório da Knight Frank, o Global Super-Prime Intelligence, onde se refere ao mercado super-prime – ou seja, à transacção de imóveis de valor superior a 10 milhões de dólares.
Neste relatório agora divulgado, verifica-se um abrandamento do mercado de nicho em questão, com quedas registadas de 18% em volume e de 17% em valor, em comparação com o trimestre anterior. Este abrandamento foi notoriamente influenciado pelas incertezas políticas e económicas, particularmente nos EUA. Aqui, o desempenho do mercado reflectiu o desejo de uma maior certeza política após as eleições. Miami teve uma queda de quase 60% nas vendas em relação ao ano anterior, enquanto Palm Beach registou os números mais baixos desde o final de 2022, enfatizando o impacto de factores sazonais e políticos.
Também o mercado do super-prime no Dubai mostra sinais de arrefecimento, com um declínio anual de 40% nas vendas durante o terceiro trimestre. Apesar disso, as vendas permanecem elevadas por comparação com os níveis anteriores a 2021, destacando uma mudança para um crescimento mais sustentável após um aumento impulsionado pela pandemia.
Por seu turno, Londres foi a única cidade, das 12 analisadas, a registar um aumento trimestral das vendas. No entanto, as vendas continuam significativamente abaixo dos picos obtidos após a pandemia.
Liam Bailey, director mundial de research da Knight Frank, sublinha que “este recente abrandamento do crescimento global dos preços reflecte o contexto político e geoestratégico internacional. No entanto, estamos convictos de que a vaga de cortes nos juros prevista para 2025 apoie um maior crescimento dos preços da habitação a médio prazo”.
Na perspectiva de Francisco Quintela, sócio fundador da Quintela e Penalva, parceira em Portugal da Knight Frank, embora o relatório não se refira ao mercado nacional, “cidades como Lisboa e Porto, a região do Algarve, mas também zonas como o Estoril, Cascais e a Comporta continuam a ser mercados muito atractivos para investimentos estrangeiros. Isto resultada da nossa estabilidade económica e política, que tem dado sinais positivos para os mercados exteriores, e que tem cativado vários investidores, não só nacionais, mas também internacionais”.