
Pavilhão Julião Sarmento em Lisboa abre a 4 de Junho
A inauguração do Pavilhão Azul, agora denominado Julião Sarmento, em Lisboa, que irá expor a colecção pessoal do artista, com mais de 1.200 obras, foi marcada para dia 04 de Junho, indicou hoje fonte da empresa municipal que tutela o novo museu.
Fonte da direcção de comunicação da Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural - Lisboa Cultura (EGEAC-Lisboa Cultura) confirmou aquela data, acrescentando que "mais pormenores sobre o programa de abertura do museu serão anunciados em breve".
Com direcção artística da curadora Isabel Carlos, o Pavilhão Azul, um antigo armazém de alimentos na Avenida da Índia, em Belém - remodelado num projecto do arquitecto Luís Carrilho da Graça - vai receber o espólio de Julião Sarmento, que morreu em 04 de Maio de 2021, com 72 anos.
Em Fevereiro de 2024 foi assinado um acordo de parceria entre a EGEAC-Lisboa Cultura e a Colecção Associação Julião Sarmento, para cedência em depósito durante cinco anos à empresa municipal que passaria a gerir o novo museu com as 1.261 obras de arte.
Na ocasião, o seu representante, Luís Sáragga Leal, disse tratar-se de “uma colecção notável de mais de 1.200 obras dos principais artistas nacionais, mas também muitos internacionais", que "tem como fio condutor o facto de serem amigos de Julião Sarmento”.
A colecção inclui obras de Joaquim Rodrigo, de quem Sarmento foi assistente, e de outros artistas portugueses que cruzaram a sua vida, como Álvaro Lapa, Eduardo Batarda, Jorge Molder, Rui Chafes, João Vieira, Rui Sanches, Pedro Cabrita Reis, Fernando Calhau, Rui Toscano, Alexandre Estrela e Vasco Araújo.
Artistas estrangeiros também estão representados na colecção privada, como Andy Warhol, Marcel Duchamp, Robert Frank, James Turrell, Jeff Wall, Wolf Vostell, Cindy Sherman, Nan Goldin, Adriana Varejão e Marina Abramovic.
A ideia de doar este acervo à Câmara Municipal surgiu depois de o artista ter exposto parte da sua colecção, em 2015, na mostra “Afinidades Electivas”, dividida entre o então Museu da Electricidade, integrado no actual Museu de Arte, Arquitectura e Tecnologia (MAAT), e a Fundação Carmona e Costa, em Lisboa.
Ainda em vida, Julião Sarmento considerou que o Pavilhão Azul seria “perfeito” para receber a colecção, pela localização no eixo museológico de Belém.
Anunciado em 2017, o projecto de recuperação do edifício surgiu na sequência da assinatura de um protocolo de parceria entre o artista visual e a autarquia para cedência da colecção em troca da cedência do espaço para a expor publicamente, e em 2024 seria assinado novo acordo com a EGEAC-Lisboa Cultura.
Depois da recente inauguração do MACAM - Museu de Arte Contemporânea Armando Martins, na Junqueira, eis que, poucas centenas de metros mais adiante, se antevê a inauguração de um novo espaço museológico de grande classe. É uma boa notícia para a cidade e para o panorama cultural nacional.
Lusa/DI
Imagens do que será o futuro Pavilhão Julião Sarmento: Créditos - Pedro Serrazina | SRU