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Internacional

Istambul, Turquia - Freepik

Mercado global de imobiliário: Preços médios voltam a aumentar no último trimestre de 2023

19 de abril de 2024

Preços médios voltam a aumentar no último trimestre de 2023, com crescimento médio anual de 3,9%. É o crescimento mais rápido desde o 4º trimestre de 2022 e deverá manter-se até final do corrente ano, revela a Knight Frank. De acordo com o seu mais recente relatório, o Global House Price Index agora divulgado pela imobiliária com sede em Londres e escritórios em cinco continentes, empresa parceira da portuguesa Quintela e Penalva, os preços estão a subir a um ritmo mais acelerado desde o final de 2022. O relatório indica também um crescimento médio anual de 3,9% tendo em conta os principais mercados analisados.

Dos 56 mercados monitorizados, apenas 18 viram os preços diminuir no quarto trimestre, uma redução face ao trimestre anterior, quando 21 mercados registavam a mesma tendência.

O principal factor que tem impulsionado a subida de preços tem sido a escassez de produto em muitos mercados. É o caso dos EUA, onde o aumento das taxas hipotecárias tem desencorajado potenciais vendedores de imóveis, pois arriscam ter de pagar uma taxa de hipoteca significativamente mais elevada ao comprar a sua próxima casa.

Além disso, esta escassez de imóveis disponíveis foi intensificada por um abrandamento na entrega de novas habitações em consequência das interrupções no fornecimento que afetaram o sector da construção em vários dos principais mercados estudados nos últimos quatro anos.

Portugal encontra-se no 18º lugar no ranking dos países que mais crescem (5,3% a 12 meses; 1,2% a 6 meses) e com um ligeiro decréscimo no último trimestre (0,3%).

Segundo Francisco Quintela, sócio fundador da Quintela e Penalva, “Portugal continua a ter uma boa performance e a atrair investidores de várias partes do mundo”.

E acrescenta: “Os preços que mais crescem são, de facto, nas zonas nobres e mais centrais da cidade de Lisboa, no que toca ao mercado residencial, e a tendência deverá manter-se ao longo de 2024. A procura pelo nosso país continua sólida e Portugal é uma alternativa para muitos países que vivem momentos de incerteza”.

Turquia lidera o aumento do preço das casas com um crescimento de 75,5%

A Turquia continua a liderar o Global House Price Index da Knight Frank com um crescimento anual de 75,5%. Este crescimento é fruto, sobretudo, da elevada taxa de inflação que se verifica no país. No entanto, depois de feito o ajuste para o crescimento real dos preços, verifica-se que a taxa de crescimento é de 6,5% no ano que antecedeu o 4º trimestre.

Os países europeus continuam a registar forte desempenho, com a Polónia, a Grécia, a Croácia e Bulgária a registarem crescimento a dois dígitos, em linha com países como o México e a Colômbia.

Já o Chile, por seu turno, encontra-se na parte inferior da tabela, registando quedas anuais significativas, com os preços a caírem 34,2% nos últimos 12 meses. O Luxemburgo é o único país que regista uma descida de preços a dois dígitos, devido às elevadas taxas de juro e de hipoteca.

Com uma provável mudança nas taxas de juro previsto para o segundo semestre de 2024, é expectável que a atual recuperação dos preços da habitação se mantenha durante ano.

No entanto, apesar de potenciais cortes nas taxas de juro, os desafios mantem-se, nomeadamente no que toca ao crescimento limitado do mercado, por via da baixa oferta de habitação, sobretudo se a procura de casas para habitação aumentar devido à esperada descida das taxas de juro.

Liam Bailey, global head of research da Knight Frank, afirma que este relatório permite concluir que "estamos perante um cenário de um maior crescimento dos preços na maioria dos mercados imobiliários globais. A baixa oferta persistente, combinada com a mudança prevista para taxas de juro mais baixas na segunda metade deste ano, deverá reforçar a confiança dos compradores e aumentar os preços. No entanto, à medida que nos aproximarmos de 2025 e o stock de habitação começar a acumular-se, prevemos um abrandamento do crescimento dos preços".