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Mercado de escritórios em transição: empresas valorizam flexibilidade de espaços, talento e experiência dos colaboradores

Imagem gerada por AI em Freepik

Mercado de escritórios em transição: empresas valorizam flexibilidade de espaços, talento e experiência dos colaboradores

23 de julho de 2025

A consultora Cushman & Wakefield, em parceria com a associação norte-americana CoreNet Global, revelou os resultados do inquérito “What Occupiers Want 2025”, destacando as novas prioridades do sector do imobiliário corporativo ( à americana, Corporate Real Estate - CRE). O estudo, baseado nas respostas de decisores de empresas que representam cerca de 8,1 milhões de trabalhadores e 32 milhões de m² de área útil em todo o mundo, traça um sector em mudança, pressionado por custos, pela reconfiguração dos modelos organizacionais e pela exigência crescente de espaços mais flexíveis e orientados para o bem-estar dos colaboradores.

Apesar da manutenção do controlo de custos como factor dominante nas decisões imobiliárias, cresce a consciência de que as escolhas de CRE impactam diretamente na produtividade, envolvimento e cultura organizacional. “As organizações estão cada vez mais conscientes de que o imobiliário influencia a experiência dos colaboradores e o desempenho do negócio”, afirmou Despina Katsikakis, responsável global pela área de consultoria Total Workplace da Cushman & Wakefield.



Novas estruturas e métricas emergem

Um dos dados mais reveladores mostra que 29% das empresas que reestruturaram recentemente a área de CRE colocaram-na sob a alçada dos Recursos Humanos — sinal de uma abordagem mais centrada nas pessoas. Ainda assim, a maioria continua a basear-se em métricas financeiras tradicionais. A consultora defende a adopção de quadros de desempenho equilibrados, que conciliem custos com impacto humano.

Ocupação estabiliza e espaços voltam a crescer

Após anos de redução, o espaço ocupado estabiliza. Apenas 32% das empresas planeiam novas reduções e 1 em cada 8 admite expandir. A área média dos contratos de arrendamento aumentou 13% face a 2023, enquanto as taxas de ocupação global oscilam entre 51% e 60% — ainda abaixo do pré-pandemia, mas em crescimento.


Imagem chuttersnap em Freepik


Escritório como serviço: exigência e oportunidade

Com o regresso gradual aos escritórios, os inquilinos exigem mais dos proprietários. Oito em cada dez empresas esperam experiências de trabalho melhoradas, e quase metade está disposta a pagar um prémio por isso. Ainda assim, só 60% dos trabalhadores considera que o espaço actual promove colaboração, cultura e ligação entre equipas — aspectos considerados críticos para o regresso ao trabalho presencial.


Pedro Salema Garção, Partner e Director de Escritórios da Cushman & Wakefield Portugal


Flexibilidade e talento ditam novas geografias

A atracção de talento diversificado obriga a rever estratégias imobiliárias. Mais de 60% das empresas já adaptaram os seus modelos para permitir recrutamento em múltiplas localizações. Nas Américas predomina o modelo híbrido; na Europa, a contratação global ocorre sobretudo em mercados onde as empresas já operam; e na Ásia-Pacífico cresce a aposta em trabalho remoto.

Pedro Salema Garção, Partner e Director de Escritórios da Cushman & Wakefield Portugal, confirma o dinamismo do mercado nacional: “Apesar de uma ligeira quebra no take-up (absorção) no início de 2025, a procura mantém-se forte. O mercado valoriza espaços sustentáveis, flexíveis e de elevada qualidade. Estamos já a preparar uma oferta robusta para 2027/2028, com projectos de grande escala que vão redefinir o padrão dos escritórios em Portugal.”