Foto CM da Guarda
Já há projecto para transformar o Hotel Turismo da Guarda em pousada de Portugal
A ENATUR - Empresa Nacional de Turismo, SA. já tem projecto de requalificação do Hotel Turismo da Guarda, para integrar na rede de Pousadas de Portugal. A futura unidade será de 4 estrelas e disponibilizará 77 quartos.
A memória descritiva do que a ENATUR pretende fazer no contexto da requalificação do antigo Hotel Turismo da Guarda foi entregue na autarquia na semana passada.
Em Janeiro de 2023, foi assinado um memorando entre aquela empresa e o Turismo de Portugal para reabilitação do Hotel Turismo e integração na rede de Pousadas de Portugal.
De acordo com a memória descritiva e justificativa do projecto a intervenção pretende transformar a unidade hoteleira numa pousada de 4 estrelas, com 77 quartos, e “a sua integração na rede de Pousadas de Portugal, cumprindo um padrão de elevada qualidade e de excelência”. O montante do investimento deverá ascender a 8 milhões de euros.
“A intervenção pretende a requalificação e modernização do edifício à imagem das unidades hoteleiras a tuais e respectiva concorrência”.
A ENATUR quer fazer o levantamento dos elementos pré-existentes, como mobiliário, portas, cantarias, elementos arquitectónicos ou outros, que “possam ser restaurados e integrados no novo projecto, de forma a manter a imagem histórica do edifício”.
No documento, precisa-se que a imagem e definição do edifício, no que diz respeito à altimetria, volumetria, alçados, acabamentos das coberturas e métrica de caixilhos “serão totalmente mantidos, e respeitada a traça arquitectónica do edifício”.
Está prevista a requalificação do exterior, incluindo a piscina, um espaço considerado “como uma mais-valia e factor de diferenciação”.
“É garantida a perfeita harmonia de circulação e ligação entre o interior e o exterior do edifício”.
A ENATUR explica que em relação às especialidades, todas as redes serão feitas de novo, mantendo e garantindo a utilização de todas as zonas técnicas, percursos técnicos “de forma que a intervenção em nada impacte, altere ou fragilize a estrutura do edifício”.
A intervenção será desenvolvida em duas fases, com a primeira a recuperar toda a envolvente exterior, nomeadamente as coberturas, paramentos, caixilharia, serralharias e pinturas a modernização dos quartos dos pisos acima do solo.
O Hotel Turismo da Guarda encerrou a sua actividade comercial em Outubro de 2010 e, em Abril de 2011, foi adquirido pelo Turismo de Portugal à Câmara Municipal da Guarda.
Em Outubro de 2022, um despacho do Governo determinou a desafectação do imóvel do antigo Hotel de Turismo da Guarda do programa ‘Revive’, por o mercado não ter respondido às ofertas públicas e porque “urge recorrer a soluções alternativas”.
O edifício foi vendido em 2010, pela Câmara Municipal, então liderada pelo autarca socialista Joaquim Valente, ao Turismo de Portugal, por 3,5 milhões de euros, para ser recuperado e transformado em hotel de charme, com escola de hotelaria, mas o projecto não saiu do papel e o imóvel está de portas fechadas e a degradar-se.
O hotel, projectado pelo arquitecto Vasco Regaleira, discípulo de Raúl Lino, em 1936 só viria a estar concluido e inaugurado em 1947, tendo sido a primeira unidade hoteleira da cidade.
O que é, hoje, a ENATUR
Em 2003 o Governo português, face a uma situação de acumulação de resultados líquidos negativos durante mais de uma década, decidiu privatizar em 49% o capital da ENATUR, bem como ceder a exploração das Pousadas de Portugal ao grupo que ganhasse essa privatização. É assim que a situação actual é explicada no sítio da ENATUR. Que acrescenta:
“O grupo vencedor foi o GPP - Grupo Pestana Pousadas, constituído pelo Grupo Pestana (59,8%), Grupo CGD (25%), Fundação Oriente (15%) e mais duas empresas com 0,2% (Abreu e Portimar). Assim em 1 de Setembro de 2003, o Grupo Pestana Pousadas tornou-se responsável pela exploração da Rede actual de Pousadas por um período de 15 anos, com possibilidade de extensão por mais 5 anos, caso fosse cumprido um Plano de Expansão Complementar (mais 2/3 Pousadas ou mais 200 quartos) e, também, com a possibilidade de extensão por mais outros 5 anos caso seja cumprido o Plano de Internacionalização das Pousadas de Portugal (correspondendo a 300 quartos ou 5 novas Pousadas situadas em edifícios de origem portuguesa de reconhecido valor histórico ou cultural).”
