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Investimento global em imobiliário comercial registou uma aceleração em 2024

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Investimento global em imobiliário comercial registou uma aceleração em 2024

16 de abril de 2025

De acordo com o «The Wealth Report», o principal relatório anual da mediadora imobiliária britânica, Knight Frank, parceira em Portugal da Quintela e Penalva, o investimento global em imóveis comerciais (CRE- Commercial Real Estate) recuperou em 2024, subindo para 806 mil milhões de dólares (712,1 mil milhões de euros), ou seja, um aumento de 8% em relação ao ano anterior.

Este crescimento marca uma recuperação significativa do sector, após a forte contração de 43% registada em 2023.

O capital transfronteiriço global também recuperou o ímpeto em 2024, aumentando + 12% para 171 mil milhões de dólares, revelando o retorno do apetite do investidor global.

Will Matthews, Head of UK Commercial Research, responsável por esta área de research , no Reino Unido, afirma que: “O investimento total global em imóveis comerciais (CRE) mostra uma recuperação significativa, o que reflecte a recuperação do sector após os efeitos no mundo laboral resultantes da mudança de paradigma após a pandemia Covid 19”.

Enquanto o capital privado dominou, os compradores institucionais foram o segundo grupo mais activo, investindo 268 mil milhões de dólares, cerca de 33% do valor total. Os compradores privados, institucionais e públicos registaram todos um aumento do investimento em comparação com 2023. Os compradores nos mercados públicos registaram o maior aumento, com um crescimento anual de 22%, em 2024.


Sector Industrial e logístico: o mais atractivo para o investimento


Industrial na vanguarda, retalho diminui

Tal como em 2023, o sector industrial foi o que registou o maior investimento, representando pouco mais de um quarto de todo o investimento global, com 216 mil milhões de dólares. O sector residencial ficou logo atrás, com 205 mil milhões de dólares, enquanto o investimento em escritórios atingiu 173 mil milhões de dólares.

Embora os sectores industriais, de escritórios, hoteleiro e residencial tenham aumentado a sua quota do investimento total em 2024, o investimento no retalho diminuiu, com a sua quota global a cair de 18% em 2023 para 16%. Do mesmo modo, o sector da habitação e cuidados a idosos diminuiu de 3% para 2%.


Quem mais investe

Os investidores dos EUA, do Canadá e do Reino Unido foram os mais activos no capital transfronteiriço em 2024. Entre as 10 principais fontes globais de capital transfronteiriço, os únicos investidores que aumentaram o investimento em 2024 foram da Suécia (+128%), Canadá (+73%), o Reino Unido (+70%), os EUA (+61%) e a China continental (+41%).

A cidade de Londres foi o principal destino metropolitano para o investimento transfronteiriço em 2024, atraindo um total de 9,6 mil milhões de dólares, seguido de Sydney (8,6 mil milhões de dólares) e de Tóquio (5,6 mil milhões de dólares).

Will Matthews, explica que “O quadro geral em 2024 era de resiliência económica. A batalha contra a inflação foi amplamente vencida, as taxas de juros estavam a cair e muitas economias estavam a fluir de forma suave. No entanto, subsistem riscos consideráveis de abrandamento, incluindo incertezas geopolíticas e recuperações regionais desiguais.

E acrescenta: “Apesar destes desafios, o mercado global do imobilário comercial está firmemente em modo de recuperação e, embora 2025 não seja isento de dificuldades, será um ano crucial para o sector imobiliário comercial. Um conjunto significativo de capital permanece e os cortes previstos nas taxas de juro no primeiro semestre do ano, combinados com o declínio contínuo das taxas de swap (1), deverão criar um ambiente favorável ao investimento. Este facto deverá reforçar a confiança dos investidores, melhorar o sentimento do mercado e ajudar a desbloquear maiores volumes de transacções. Já estão a surgir sinais de um novo impulso. A contração de empréstimos contra imóveis já apresenta uma tendência ascendente, reflectindo a crescente apetência dos investidores, enquanto os preços globais do imobiliário comercial começam a estabilizar. Neste contexto, o capital privado está preparado para desempenhar um papel fundamental na recuperação, com a sua capacidade de aceder a diversas fontes de financiamento, permitindo aos investidores actuar rapidamente e capitalizar as oportunidades. Tudo isto aponta para que 2025 como um ponto de viragem, com o aumento dos fluxos de capital a impulsionar uma dinâmica renovada em todo o sector do CRE”.

(1) - Taxa de médio/longo prazo para diferentes prazos,sendo a taxa de juro fixa de referência do mercado interbancário