CONSTRUÍMOS
NOTÍCIA
Habitação by century 21

 

 

 

Crédito Habitação: 7 cuidados a ter em conta

1 de março de 2022

O Doutor Finanças, especialista em finanças pessoais e familiares, partilha 7 cuidados a ter para quem está a pensar comprar uma casa com recurso a crédito habitação.

“Comprar casa é o sonho da maioria de nós. Sendo que, na maior parte das vezes, precisamos de recorrer a crédito para conseguirmos concretizar esse sonho. Mas há muitas questões que precisamos de ter em consideração e a preparação e informação são as nossas melhores aliadas”, aconselha Rui Bairrada, CEO do Doutor Finanças.

O especialista em finanças pessoais e familiares destaca 7 cuidados que devemos ter quando decidimos comprar casa com recurso a crédito habitação.

 

1.     Apurar o valor da casa que podemos comprar

O primeiro passo a tomar na procura de casa é começar por fazer uma análise para termos noção da casa que podemos comprar.  O valor da casa “ideal” depende de inúmeros factores, sendo que é essencial percebermos qual o valor que podemos pagar por mês.

Para isso, é necessário calcular a nossa taxa de esforço. Num crédito habitação, esta não pode ser superior a 30%, ou seja, os encargos não devem superar 30% da totalidade dos rendimentos. O que significa que num rendimento de 1.000 euros, a prestação não pode ultrapassar os 300 euros.

Tendo a taxa de esforço em consideração, devemos explorar os preços das casas que estão a ser praticados. Num panorama geral, o preço das casas no interior e fora do centro é mais baixo do que nas zonas centrais do país.  Através de sites de imobiliárias devemos fazer um levantamento da média de preços de casas na zona em que procuramos. Com a ajuda da Calculadora de Prestação de Crédito Habitação, podemos simular quanto ficaríamos a pagar de prestação tendo em conta o valor médio das casas na zona que procuramos. 

 

2.     Identificar necessidades e preferências de utilização

Em segundo lugar, se estamos à procura de comprar casa com crédito habitação, devemos ponderar mais alguns factores previamente. Para facilitar a procura, devemos tomar decisões, avaliando as nossas necessidades e preferências: a localidade e zona onde queremos morar, se é necessário ter acesso a transportes e serviços, se procuramos um apartamento ou uma moradia, se temos preferência pelo andar ou se temos de ter varanda/terraço. Devemos ainda questionar-nos quanto à utilização que vamos fazer da casa que estamos a pensar comprar.

 

3.     Comprar novo ou usado?

Também devemos ponderar se podemos comprar um imóvel novo ou usado. O estado do imóvel vai, claro, impactar o valor. Podemos optar por comprar um imóvel usado, mas mandar fazer obras para o colocar em melhores condições ou ao nosso gosto. Nestes casos devemos pedir orçamentos para perceber quanto nos pode custar fazer a reformulação. Isso pode ajudar-nos a perceber se mais vale comprar novo ou usado. Uma das recomendações que se faz quando se opta por comprar uma casa para remodelar é contar com mais 10% do valor orçamentado. Esta margem faz com que estejamos mais protegidos em caso de aumentos de preços ou alguns imprevistos.

 

4.     Considerar custos iniciais: entrada, impostos e comissões

Antes de avançar com a compra da casa, é preciso termos noção dos custos, documentos e impostos que vamos ter de suportar. Uma das questões a ter em consideração é termos de ter, pelo menos, 10% do valor total da casa, uma vez que os bancos não financiam 100% da operação. 

Além do valor de entrada, ainda vamos ter de pagar impostos: o Imposto Municipal sobre Transações Onerosas de Imóveis (IMT) e o Imposto de Selo (IS); e comissões bancárias (despesas de processo, comissão de dossier, comissão de avaliação, comissão de formalização, o registo de compra e o registo de hipoteca).

 

5.     Avaliar a taxa fixa, variável ou mista

A decisão sobre o tipo de taxa que vamos ter no nosso crédito é essencial. Não há decisões certas ou erradas, porque ninguém consegue prever o futuro. A decisão sobre o tipo de taxa deve ser tomada considerando factores como: a casa que estamos a comprar é para vivermos o resto da vida ou daqui a dois/três anos estamos a mudar? O que privilegiamos a estabilidade de uma prestação fixa ou começar a pagar menos e arriscarmos pagar mais no futuro?

Antes de tomarmos uma decisão devemos perceber melhor a diferença entre taxa fixa, variável ou mista. Se optarmos pela taxa variável, a nossa prestação mensal ao banco pode alterar-se ao longo do tempo. Isto porque, se a Euribor aumentar ou diminuir, o mesmo acontece ao valor que pagamos ao banco. Se optarmos pela taxa fixa, a prestação mensal do nosso crédito habitação não se altera até ao final do contrato, não variando nem tendo revisões. Sendo que, por regra, as taxas fixas costumam ser mais altas do que a taxa Euribor no momento em que contratamos o crédito. Podemos ainda, optar por uma taxa mista. Esta taxa consiste numa taxa fixa num momento inicial, durante cinco, 10 ou 15 anos. Depois desse período, passamos a contar com uma taxa variável.

Ainda em relação ao tipo de taxa que vai ficar associado o nosso empréstimo, é importante perceber que as comissões por reembolso antecipado (seja para terminar o contrato, seja para ir fazendo amortizações esporádicas) é diferente. No caso da taxa variável é de 0,5% do valor em dívida, já se o contrato for a taxa fixa esta comissão sobe para 2%.

 

6.     Contabilizar dois seguros

A juntar à prestação mensal do crédito, vão ser adicionadas as prestações de dois seguros: de vida e multirriscos. Isto porque estes são dois seguros requeridos pelos bancos num crédito habitação.

 

7.     Perceber quais são os custos futuros de comprar casa

Após comprarmos casa, existem outros custos que devemos ter em conta, mas que dependem de alguns aspectos. Se o imóvel que comprámos foi num prédio com condomínio, vamos ter de nos preocupar em pagar as quotas mensais e/ou outros custos que possam surgir como pintura do prédio, alguma reparação comum, um seguro de condomínio se for do acordo de mais de metade das fracções do prédio, entre outros relacionados.

Devemos ainda considerar mais um imposto: o Imposto Municipal de Imóveis (IMI), que pode ser dividido em prestações, dependendo do valor. Para sabermos o valor do IMI a pagar, o Doutor Finanças desenvolveu o Simulador de IMI, através do qual é simples perceber com o que podemos contar.