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Abrandamento do turismo pode ser uma oportunidade para profissionalização do sector

13 de dezembro de 2019

É 100% portuguesa, já se internacionalizou e neste momento gere 216 propriedades em Portugal, 178 em Londres, 25 em Paris e 14 em Barcelona. Neste momento, conta com 60 colaboradores e fecha o ano com um crescimento de 70% a nível de propriedades e 150% em facturação. Dá pelo nome de Homing e João Bolou Vieira, CEO, mostra orgulho da empresa familiar, que com apenas três anos de existência é já um sucesso nacional e está a conquistar o mercado internacional.

Mesmo com o ‘boom’ do Alojamento Local (AL) e de terem surgido muitas empresas nacionais e internacionais para operarem na gestão de AL, João Bolou Vieira, admite que não existe receio da concorrência, até porque a Homing é a única no mercado com lojas físicas que acompanham o proprietário e o hóspede em qualquer situação. Além disso, não é apenas uma empresa de alojamento local, mas também de serviços de consultoria de design de interiores e enquadramento legal e fiscal. Neste momento tem lojas físicas em Lisboa, Porto e Algarve.

Como vê esta alteração à Lei no regime de AL e que implicações vai ter na actividade?

A nova lei contribui para um maior equilíbrio entre residentes e turismo de alojamento local, e assim, poderá beneficiar ambas as partes.

Apesar de considerarmos importante que as câmaras municipais nas grandes cidades como Lisboa e Porto procedam a medidas de contenção, acreditamos na Homing que o critério deveria ser a qualidade em vez da quantidade de propriedades com registos de AL.

 E as restrições em determinadas zonas de Lisboa irá incentivar à ilegalidade?

O facto de terem sido permitidos registo de AL, sem qualquer imposição aumentou exponencialmente os registos nesta actividade.

 Com a nova lei acreditamos que não existe um controlo a esse nível, sendo apenas percentual.

 Quais os principais desafios do AL e as principais dificuldades desta actividade?

O abrandamento do sector do turismo é uma ameaça, mas pode ser simultaneamente uma oportunidade para a profissionalização do sector e para a inovação.

 A Homing procurou a diferenciação pelo facto de ter lojas físicas em Lisboa, Porto e Algarve. Sempre considerámos relevante a proximidade com o nosso cliente, como sinónimo de confiança e credibilidade.

 A gestão de AL continuará a ser o foco da empresa, mas estamos conscientes que o mercado imobiliário é bastante atractivo e não descartamos a possibilidade de intervirmos nesta área.

 Muito se tem falado no abrandamento do turismo, qual a sua opinião?

São ciclos económicos e sectoriais, e seria difícil Portugal e Lisboa continuar a ser um hype no turismo. Temos que saber adaptarmo-nos à evolução do sector e ao seu abrandamento em quantidade, mas apostar na qualidade.

E diversificar na oferta com serviços de consultoria de design de interiores (home staging) e enquadramento legal e fiscal que já prestamos como serviço personalizado ao proprietário.

 A razão pela qual apostámos nas parcerias foi principalmente como estratégia de gestão da marca Homing com a presença internacional para fazer face a períodos sazonais de menos procura e como forma de expandir a nossa actividade e não estarmos dependentes dos ciclos económicos de alta no turismo. Mercados europeus com turismo o ano inteiro, permitiu-nos criar opções para o hóspede. Estamos neste momento a desenvolver outro cross-selling no norte da Europa para combater essa sazonalidade, com o turismo direccionado para a neve.

 Estamos ainda a introduzir novas parcerias com serviços personalizados, como serviços extra, tours e experiências.

Considero importante ser Homing ser 100% portuguesa porque é uma característica que nos distingue e na qual a perseverança é um factor determinante.

 Perspectivas do AL para 2020?

Penso que com as restrições impostas pela lei, o AL procure novas zonas de actuação, mas com tendência a que estabilize em 2020.