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Foto Universidade do Porto

Enciclopédia do Românico em Portugal: “obra excepcional e única”!

27 de fevereiro de 2024

Após cinco anos de trabalho de uma equipa multidisciplinar de 20 profissionais, a Fundação Santa María la Real concluiu a Enciclopédia do Românico em Portugal, com a colaboração e financiamento da Fundação Ramón Areces do El Corte Inglés.

A obra, que foi apresentada a 23 de Fevereiro, na sala de Âmbito Cultural, em Lisboa, e a 24 de Fevereiro em Gaia, reúne os quase 300 vestígios românicos que estão preservados no nosso país.

São três volumes ilustrados que se somam a um projecto muito mais extenso, a Enciclopédia do Românico na Península Ibérica, na qual a entidade espanhola trabalha há quase três décadas, sob a direcção do seu fundador, o arquitecto, escritor e desenhista, José María Pérez "Peridis".

"Após três décadas de trabalho dedicado ao estudo da arte românica em Espanha, a Fundação Santa María la Real decidiu empreender a criação da Enciclopédia de Arte Românica em Portugal para culminar o estudo desta arte na Península Ibérica, criando uma obra excepcional e única", explica José María Pérez "Peridis", director da obra e impulsionador da Fundação Santa María la Real.


O «pai» da monumental obra: José María Pérez "Peridis"


O Românico de Portugal

Assim, com o apoio da Fundação Ramón Areces e com a experiência anterior em Espanha, em 2018 iniciaram o desafio de documentar todos os vestígios românicos em Portugal para, em seguida, procederem à actualização, unificação e revisão de um grande conjunto de estudos e pesquisas anteriores. Esta tarefa foi incumbida a uma equipa de 20 profissionais, sob a coordenação da Faculdade de Letras da Universidade do Porto.

Foram necessários cinco anos para compilar os quase 300 vestígios românicos que estão preservados em Portugal. Viagens, sessões de pesquisa em arquivos e bibliotecas, compilação de bibliografia e uma intensa documentação fotográfica e planimétrica de cada edifício ou vestígio.

O resultado são três novos volumes, com mais de 2.000 páginas, que estão incorporados na Enciclopédia do Românico na Península Ibérica e que, por si só, constituem uma colecção única. Uma obra que compila, sobretudo, vestígios ou edifícios religiosos: igrejas, capelas, mosteiros, catedrais ou monumentos funerários; para além dos elementos da arquitectura civil, como castelos ou pontes; obras documentais e até peças de escultura ou pintura que estão guardadas em museus e centros especializados.

A par do estudo de cada peça, o primeiro volume da Enciclopédia em Portugal inclui uma dezena de artigos, que permitem ao leitor abordar e compreender melhor o contexto em que o românico português surgiu e as suas peculiaridades, através da análise de aspectos como a sociedade, a religião, a arquitectura, o urbanismo ou as ordens militares na Idade Média.



Enciclopédia do Românico na Península Ibérica

O românico português juntar-se-á, assim, a um autêntico projecto cultural, ao qual a Fundação Santa María la Real se dedica há mais de três décadas. A aventura começou na província de Palência, em Aguilar de Campo, quando Peridis, apoiado por um grande grupo de historiadores e arquitectos, se propôs a pesquisar, classificar, catalogar e divulgar primeiro o românico de Palência, para depois dar o salto para Castela e Leão, depois estendê-lo a toda a Espanha e daí à Península.

Hoje, a Enciclopédia é uma realidade que continua viva, na qual participaram mais de 3.000 profissionais, a maioria historiadores e arquitectos. Juntos, conseguiram catalogar e compilar mais de 9.000 vestígios românicos, reunidos até agora em 58 volumes: Palência (2), Valladolid (1), Salamanca (1), León (1), Soria (3), Burgos (4), Zamora (1), Ávila (1), Segóvia (3), Astúrias (4 românicos e pré-românicos), Cantábria (3), Navarra (3), Madrid (1), La Rioja (2), Guadalajara, (2), Cuenca (1), Saragoça (2), País Basco (3),  Pontevedra (2), Corunha (2), Barcelona (3), Tarragona (1), Ourense (2), Huesca (4), Lugo (3) e Portugal (3).


Românico Digital

Juntamente com a edição impressa, a obra está também presente digitalmente: o portal Românico Digital, onde toda a informação é agregada, e que constitui a maior base de dados sobre a arte românica do mundo. As mais de um milhão e meio de visitas, que recebeu ao longo deste ano, são o testemunho do interesse que a obra desperta em todo o mundo.

Instituições Portuguesas que colaboraram na elaboração da Enciclopédia do Românico em Portugal:

FLUP (Faculdade de Letras da Universidade do Porto)

FAUP (Faculdade da Arquitetura da Universidade do Porto)

DGPC (Direção-Geral do Património Cultural)

DRCN (Direção Regional da Cultura do Norte)

Rota do Românico

Cedência de imagens e acesso a peças e materiais:

Arquivo Nacional da Torre do Tombo

Associação de Defesa do Património Histórico e Arqueológico de Aljezur

Biblioteca Nacional de Portugal

Biblioteca Pública Municipal do Porto

Câmara Municipal de Évora

Casa Museu Medeiros e Almeida

Museu Alberto Sampaio

Museu - Tesouro de Arte Sacra da Catedral de Viseu

Museu - Tesouro da Sé de Braga

Museu de Arte Sacra de Arouca

Museu de Arte Sacra do Funchal

Museu Municipal Abade Pedrosa (Santo Tirso)

Museu Nacional de Arqueologia

Museu Nacional de Arte Antiga

Museu Nacional de Machado de Castro

Museu Nacional Frei Manuel do Cenáculo

Museu Nacional Grão Vasco

Núcleo Museológico de Dume - Braga