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Arquitectura

 

50 espaços de excelência em Lisboa para descobrir nos dias 20 e 21 deste mês

11 de setembro de 2019

Está de volta o fim-de-semana de descoberta gratuita da arquitectura de excelência da capital. O Open House Lisboa 2019 acontece dias 21 e 22 de Setembro e desafia a descobrir uma "Lisboa sem Centro".

Partindo da questão comum aos temas emergentes no actual debate público sobre a transformação de Lisboa — habitação, espaço público, mobilidade, património, segregações — a nova proposta de roteiro desta edição, concebida pela arquitecta e investigadora Patrícia Robalo, assume-se como ambiciosa na ajuda que pretende dar à construção de uma nova urbanidade dos lugares em que vivemos, através de propostas que excluem o centro de Lisboa. Nas suas palavras, "pretende-se assim superar a exemplaridade da cidade tradicional como construção única da condição urbana" através de 50 espaços, 27 em estreia absoluta, 40% dos quais são projectos assinados por mulheres.

 Durante dois dias, vai ser possível imaginar a urbanidade através de espaços inéditos no evento, como o Convento de São Domingos, a Escola Superior de Música ou o edifício da GS1 Portugal— por norma inacessíveis, mas reveladores da multiplicidade de localizações, enquadramentos urbanos, dimensões espaciais, tectónicas e programáticas dos espaços por que Lisboa é composta. 

No esforço constante de tornar a experiência Open House o mais fluída possível, apenas quatro locais têm necessidade de marcação préviaFundação Champalimaud, Biblioteca Nacional, Silos do Beato e Casa no Restelo.

Segundo a organização, não é apenas a mudança da geografia dos locais, e os locais em si, que marcam as diferenças na edição deste ano: também a maneira como vemos e experienciamos os espaços por onde passamos, estruturantes dos movimentos diários ou de novas formas de relação e conectividade —permanente ou temporárias — são essenciais nesta proposta. Assim, também as redes de mobilidade e/ou de organização assumem um papel central. A inclusão da ​Rede de Metro,​ do Mercado de Arroios, da ​Feira do Relógio, da Rede de Artes e Ofícios de Lisboa ou a inclusão das informações de ciclovia no mapa ​mostram não só a valorização do projecto e o espaço construído das estações, galerias e oficinas, mas igualmente a interligação, o funcionamento, a concepção e a vivência conjunta em rede. O apelo à utilização das várias redes públicas de mobilidade como meio de descobrir o roteiro é também uma característica deste ano, pelo que estão ainda pensados percursos inéditos para serem feitos de bicicleta, skate ou trotinete, assim como, quatro percursos comentados pela comissária feitos pela Rede de Metro.

Como é habitual, nos espaços do roteiro, está ainda confirmada a Programação Plus que vai contar com 12 eventos que vão de concertos, performances e exposições a aulas e passeios.

Este ano, há ainda visitas com actividades pensadas para todos os modos de estar e para que todas as pessoas delas possam desfrutar — crianças e famílias, seniores, cegos e pessoas com baixa visão, e todos os curiosos. ​O Programa Júnior tem previstas nove actividades sensoriais​.

Seguindo a aposta do ano passado, o site do Open House Lisboa continua a convidar o utilizador a programar o seu percurso, a explorar os diversos espaços da capital e a adquirir informação relevante sobre a sua história e arquitectos intervenientes. Assim como o guia que será distribuído gratuitamente continua a ser o complemento perfeito de modo a funcionarem como uma plataforma única de constante pesquisa, conhecimento e valorização do património de Lisboa.

Organizado pela Trienal de Lisboa e pela EGEAC, o Open House Lisboa integra o programa Lisboa na Rua, promovido pela última, referindo a sua presidente, Joana Gomes Cardoso, que “o Open House é uma forma intimista e democrática de conhecer o património público e privado das cidades. Com múltiplas visitas abertas a qualquer pessoa, é uma oportunidade única para conhecer Lisboa de uma forma diferente da habitual e também para reflectir sobre as transformações da cidade”.