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5ª avenida - Nova Iorque

5ª Avenida é a mais cara do Mundo para comércio de rua. Chiado ocupa o 27º lugar

23 de novembro de 2022

A 5ª Avenida, em Nova Iorque, é a localização de comércio de rua mais cara do mundo. O Chiado, em Lisboa, ocupa a 27ª posição, com o valor de 1.426 euros anuais por metro quadrado - cinco vezes superior ao registado há 30 anos na zona mais cara de Lisboa, revela a Cushman & Wakefield (C&W). 

De acordo com os últimos dados apresentados pelo relatório global da Cushman & Wakefield, Main Streets Across the World, a 5ª Avenida, em Nova Iorque, recuperou o primeiro lugar do ranking, após ter perdido, em 2019, para Causeway Bay, em Hong Kong. Actualmente, e emblemática avenida é a localização de comércio de rua mais cara do mundo, com uma renda média de 21.076 euros anuais por metro quadrado.

A indexação do Dólar de Hong Kong ao Dólar americano permitiu a Hong Kong manter a segunda posição no ranking, com a Tsim Sha Tsui a praticar uma renda média de 15.134 euros anuais por metro quadrado, substituindo a Causeway Bay como localização representante do território.

Em terceiro lugar, surge a primeira localização europeia, mais precisamente a Via Montapoleone, em Milão, com uma renda média de 14.547 euros anuais por metro quadrado. É a primeira vez que esta localização fica em primeiro lugar na Europa, ultrapassando a New Bond Street em Londres e os Champs Élysées em Paris.

Segundo Robert Travers, Head of EMEA Retail da Cushman & Wakefield, "a indústria passou por um dos maiores testes de stress de sempre nos últimos anos, mas os melhores imóveis para retalho de rua permaneceram robustos. Embora agora enfrentemos novos desafios económicos, o discurso mudou do pessimismo para a evolução omnicanal no sector do retalho."

"Muitas marcas estão a apostar numa estratégia de longo prazo, procurando garantir antecipadamente localizações privilegiadas, por forma a se adaptarem às necessidades cada vez mais exigentes dos clientes. Com mais investimentos em experiências de alta qualidade nas lojas e desenvolvimentos nas abordagens omnicanal, estamos confiantes na resiliência do sector, principalmente no segmento de luxo e nas principais cidades globais".

O caminho para a recuperação

As rendas nos principais destinos globais de retalho caíram 13% em média no pico da pandemia da Covid-19, mas posteriormente recuperaram para apenas 6% abaixo dos níveis pré-pandémicos. O crescimento global das rendas no ano passado foi em média de 2%, mas este indicador variou consideravelmente ao longo do ano.

A APAC (Ásia / Pacífico) foi a região mais impactada durante o período da pandemia e as rendas caíram em média 17%, principalmente devido ao encerramento de fronteiras, afectando dessa forma os principais destinos turísticos internacionais. Na região EMEA (Europa, Africa e Médio Oriente) as rendas caíram em média 11%, enquanto nas Américas, a queda foi de apenas 7%, em parte graças às políticas fiscais de apoio e aos padrões de migração doméstica que fizeram aumentar o poder de compra.

As rendas prime recuperaram e estão actualmente apenas 8% abaixo dos níveis pré-pandémicos e, no início de 2022, a região da UE recgistrou um aumento no volume de vendas a retalho na ordem de 4,1%, quando comparado com valores prépandemia. No entanto, a recuperação foi e continuará a ser desafiada pela inflação, impactando a procura por parte dos consumidores e retalhistas.

Holofotes virados para a região EMEA

No pico da pandemia da Covid-19, as rendas na região EMEA caíram em média 11%, embora tenham variado consideravelmente de país para país, maioritariamente ancoradas às diferentes políticas de confinamento aplicadas em cada estado. A Irlanda, o Reino Unido, Espanha e França sofreram impactos significativos com as rendas a caírem em média até 28%.  Em sentido inverso, as variações foram mínimas em países da Europa Oriental, como a Eslováquia e a Eslovénia.

As rendas prime recuperaram e estão actualmente apenas 8% abaixo dos níveis pré-pandémicos e, no início de 2022, a região da UE recgistrou um aumento no volume de vendas a retalho na ordem de 4,1%, quando comparado com valores prépandemia. No entanto, a recuperação foi e continuará a ser desafiada pela inflação, impactando a procura por parte dos consumidores e retalhistas.

Apesar das perspectivas económicas de curto prazo serem desafiantes, a Cushman & Wakefield registou uma onda de novas aberturas por estreantes no mercado de rua. Nos últimos 18 meses, 75% das operações de retalho representadas pela Cushman & Wakefield na região EMEA foram novos arrendamentos, enaltecendo o valor que os retalhistas atribuem à presença física.



Portugal

Em Portugal a localização mais cara é o Chiado, em Lisboa, que subiu duas posições no ranking face a 2019, ocupando agora o 27º lugar a nível mundial. A renda prime na Rua Garret, eixo de referência no Chiado, tem vindo a registar uma valorização muito significativa, desde 2013, ano em que o comércio de rua em Portugal começou a registar um forte crescimento - situando-se, atualmente, nos 1.426 euros anuais por metro quadrado, valor cinco vezes superior ao registado há 30 anos na zona mais cara de Lisboa.

O ranking começou a ser publicado em 1988 e, é baseado no valor de renda anual mais elevado em cada país analisado, não incluindo custos de condomínio, impostos locais e outras despesas de ocupação. Este relatório era publicado anualmente, até 2019, mas foi interrompido pela covid-19, sendo esta a primeira edição pós-pandemia, o que permitiu fazer uma análise de competitividade em cenários pré e pós-covid-19.

Na opinião de Sandra Campos, Diretora do Departamento de Retalho da Cushman & Wakefield Portugal, "o retalho é sem dúvida um dos mais dinâmicos setores do imobiliário. Diretamente impactado pelos bons e maus acontecimentos, tem vindo a responder com grande perspicácia aos desafios mais insólitos que o mundo tem vindo a assistir, capaz de se reinventar e adaptar constantemente. A prova disso está na continuada estratégia de expansão que as marcas têm vindo a adotar, contrariando afirmações de que o retalho físico tende a assumir um papel redutor no futuro. As rendas, por seu lado, acompanham este movimento e Lisboa ocupa agora o 27º lugar no ranking das capitais mais caras do mundo. Em cerca de 30 anos o Chiado quintuplicou o seu valor e a Avenida da Liberdade, artéria de luxo da cidade, acompanha esta trajetória e regista uma procura sem precedentes."

"Para o comércio de rua o futuro é empolgante, com as novas tecnologias a abrir caminho para uma experiência online mais imersiva, os novos comportamentos do consumidor a impulsionar a inovação de produtos e modelos de negócios e as lojas a ssumirem cada vez mais um papel experiencial." refere ainda Sandra Campos.