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Opinião

 

O impacto da guerra entre Rússia e Ucrânia no Mercado Imobiliário

16 de março de 2022

O atual ambiente macroeconómico de incerteza em que vivemos está a ter um impacto mundial, mas ainda sem grandes repercussões no mercado imobiliário em Portugal. A guerra entre a Rússia e a Ucrânia originou uma instabilidade económica e política mundial, provocando efeitos imediatos como a queda das bolsas, a escalada dos preços do petróleo e do gás, o que levou o Ocidente, como todos sabemos, a aplicar fortes sanções contra a Rússia. O abrandamento do consumo e investimento, aumento da inflação, instabilidade dos mercados financeiros são cenários que podem agravar-se dependendo da duração deste conflito.

Apesar, da resiliência do setor imobiliário durante a pandemia, o setor da construção teve de enfrentar várias adversidades, tais como: o agravamento dos custos de construção, devido à escassez de matérias-primas e de mão de obra; os atrasos nos licenciamentos e o elevado valor do IVA que continua a ser de 23%. Agora, com os preços mais elevados do petróleo e do gás provavelmente afetarão não só os custos de aquecimento doméstico, mas também perturbações na cadeia de abastecimento para a indústria da construção civil e, como consequência, custos de construção ainda mais elevados vão continuar a verificar-se.

No que diz respeito ao investimento imobiliário, este é um ativo que continua seguro a longo prazo, as sanções já aplicadas à Rússia e as que poderão ainda ser aplicadas, podem eventualmente influenciar o investimento imobiliário russo em Portugal e no espaço europeu, bem como os negócios entre os países, tendo sido a Rússia no nosso país, o 4.º país que mais investiu em Portugal através dos vistos Gold, segundo dados do SEF, mas também podemos ter uma reação oposta do mercado, pois têm-se verificado a saída de muitos russos do país e que procuram a segurança noutras paragens. A parte imobiliária da JPS Group já teve procura de investimentos por parte de cidadãos russos depois do início do conflito, por isso ainda não é claro de momento se a procura neste setor por parte destes investidores, se vai diminuir ou aumentar.

Em 2020 e 2021 o setor teve um excelente desempenho, ao contrário do que muitos vaticinaram devido à pandemia, no entanto, continuou a haver investimento em imobiliário, tanto para rentabilidade como para habitação própria, tendo-se registado números máximos de transações. Tal sucesso, deveu-se a um contexto de baixas taxas de juro, do aumento da poupança das famílias e a ajuda da tecnologia que facilitou a procura de casa face às novas necessidades do consumidor.

A construção e o imobiliário são os principais motores da economia portuguesa e cada vez mais contribuem para o PIB nacional. Pelo que, para os próximos anos as perspetivas são boas, devido à dinâmica e à evolução crescente da procura de casa. Como em tudo na vida, na adversidade também é possível ver oportunidades. Num exemplo simples, o aumento de refugiados da Ucrânia para Portugal tem registado um aumento do setor de arrendamento. Se é verdade que chegam pessoas em situações muito precárias, também é verdade que chegam muitas pessoas de classe média e média alta, muitas que trabalham em grandes multinacionais, que se encontravam a trabalhar remotamente a partir de casa, e  têm a sua vida perfeitamente estabelecida, podendo ser vivida na Ucrânia ou noutro país qualquer. Nesse ponto, e querendo partir do princípio que este conflito vai acabar em pouco tempo e vai continuar delimitado às áreas geográficas dos dois países, Portugal continua a ser um excelente destino para os estrangeiros que procuram estabelecer-se noutros países. Temos um sector do turismo e da construção com muita falta de mão-de-obra, e temos uma localização, um clima, gastronomia e estabilidade política invejáveis, sendo que em termos de acolhimento, os portugueses são um exemplo, não apenas a nível europeu, mas se compararmos com qualquer outro país do mundo.

Enquanto promotora imobiliária, a JPS Group está atenta, como sempre tem estado, às necessidades do mercado imobiliário e vai continuar a apostar na construção nova, com qualidade, e sempre com a garantia dos melhores preços possíveis, o que os tornam imbatíveis face à oferta existente.

Mantendo o meu nível de otimismo habitual, acredito que tudo irá correr bem, e estamos no momento a trabalhar no desenvolvimento do maior projeto da história do grupo, e talvez o maior projeto residencial a nível nacional, com cerca de 1200 frações e com um conceito completamente inovador no mercado imobiliário.

João Sousa

CEO da JPS GROUP

*Texto escrito com novo Acordo Ortográfico