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Opinião

 

Metaverse: o futuro do teletrabalho

24 de fevereiro de 2022

Há anos que a ideia do futuro é de carros voadores e robots que nos acompanham nas nossas tarefas. Previa-se que em 2020 já seríamos uma sociedade tão avançada que não nos estaríamos a preocupar com questões mundanas, mas a verdade é que carros voadores e robots cozinheiros não são uma realidade neste momento, pelo menos uma realidade física.

Por outro lado, os mundos virtuais, uma primeira abordagem ao Metaverse,  já são reais e estão identificados como espaços de imersão online onde se pode jogar, construir ou trabalhar. Considerados também como um escape à realidade, nestes mundos é possível socializar com os amigos sem estar com eles fisicamente, e onde - virtualmente - é possível passear e estar com eles, e sentir que nunca sentimos a sua falta.

Mas, nem tudo é só diversão. O teletrabalho é uma realidade cada vez mais presente e que veio demonstrar que não é necessário estar fisicamente no escritório para se ser produtivo, para se reunir, para se ser criativo, para se comunicar. Nestes mundos paralelos ao mundo real, tudo está acessível e não há barreiras. Aqui é possível viver uma experiência laboral imersiva sem sair do conforto de casa e a nível global. Este pode ser um fator de incentivo e motivação para aqueles colaboradores que sentem que o teletrabalho é menos produtivo do que uma ida ao escritório ou precisam de estar lá para se sentirem acompanhados, em vez de isolados. 

A questão é: será que este novo mundo torna o teletrabalho menos solitário?

A ideia de passarmos mais tempo com os nossos colegas, mesmo à distância, é sedutora para muitos e, num estado pandémico, concede-nos mais conforto e confiança do que estar num escritório onde muitas vezes somos desprovidos de conforto em prol da segurança. Para quem sente que uma ida ocasional ao escritório pode ser boa forma de espairecer e socializar agora vai poder fazê-lo sem ter que passar pelo processo de escolher roupa, usar máscara ou mesmo ter que enfrentar as temperaturas de fora de casa. Nestes mundos virtuais não existe apenas trabalho. Existem espaços de lazer, e eventos sociais, acessíveis a todos, que em muito contribuem para a diminuição da solidão.

Por experiência própria, nos mundos virtuais, produtividade, socialização e o poder de sair de casa sem sair de casa são fatores diferenciadores que dão um novo significado ao teletrabalho. E, se no início se estranha, com o passar do tempo rapidamente se percebe que o futuro passa por experiências cada vez mais imersivas que vão, sem dúvida, contribuir para a diminuição da solidão e aumento da produção.

Guilherme Grossman

 Managing broker da eXp Portugal

*Texto escrito com novo Acordo Ortográfico