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Museu de Arte Contemporânea Armando Martins em Lisboa abre no próximo ano

23 de agosto de 2023

O Museu de Arte Contemporânea Armando Martins (MACAM), em Lisboa, que deveria ter sido inaugurado em 2021, vai abrir no primeiro semestre do próximo ano, anunciou a gestão daquele espaço.

“O MACAM – Museu de Arte Contemporânea Armando Martins é um novo projecto cultural, totalmente privado, dedicado à arte moderna e contemporânea, que vai inaugurar em Lisboa no primeiro semestre de 2024. Esta é uma iniciativa inédita que, pela primeira vez em Portugal e na Europa, integra no espaço de um museu um hotel de 5 estrelas”, lê-se no ‘site’ oficial do museu.


Vista aérea do projecto Hotel-Museu


A notícia da nova data de abertura foi avançada pelo jornal ‘online’ Observador, a quem o departamento de comunicação do museu justificou o atraso na inauguração com constrangimentos ditados pela pandemia da covid-19 e agravados pela guerra na Ucrânia, bem como com a complexidade do projecto de reabilitação e adaptação do edifício que irá acolher o MACAM.

Em Outubro de 2020, ficou a saber-se que o coleccionador Armando Martins, presidente do grupo promotor Fibeira, iria abrir no ano seguinte um museu de arte contemporânea para exibir uma colecção com mais de 500 obras de artistas portugueses e estrangeiros.

O projecto do colecionador e empresário do Grupo Fibeira, com actividade na promoção imobiliária, hotelaria e serviços, irá ocupar o Palácio Dos Condes da Ribeira Grande, na Rua da Junqueira, onde funcionou o Liceu Rainha Dona Amélia.

Em Maio de 2021, a abertura foi adiada para o primeiro quadrimestre do ano seguinte. Na altura, a curadora Adelaide Ginga, directora do MACAM, justificou o atraso com “contratempos” provocados pela pandemia covid-19.


Um espólio de mais de 500 obras

A colecção de Armando Martins reúne obras de artistas portugueses e estrangeiros como Paula Rego, Maria Helena Vieira da Silva, José Malhoa, Amadeo Souza-Cardoso, Almada Negreiros, Eduardo Viana, Pedro Cabrita Reis, Julião Sarmento, Rui Chafes, José Pedro Croft, Lourdes Castro, entre outros, indicou a curadora e futura directora do novo museu.

Quanto a artistas estrangeiros, estão representados na colecção Gilberto Zorio, John Baldessari, Albert Oehlen, Olafur Eliasson, Marina Abramovic, Antoni Tàpies, Antonio Ballester Moreno, Juan Muñoz, Santiago Sierra, Carlos Aires, Pedro Reyes, Carlos Garaicoa, Ernesto Neto, Marepe, Rosângela Rennó, Vik Muniz e Isa Genzken, entre outros.


Thaddeus Strode - Turnaround (spring has sprung) - 2005 - Mixed media sobre tela 188x322,5 cm


Integra uma grande diversidade de linguagens e médiuns artísticos, como escultura, pintura, desenho, instalação e vídeo, dos mais relevantes artistas do século XX e XXI.

O Museu está a ser instalado no piso térreo do Palácio e numa das alas novas do espaço museológico, com uma área expositiva total de 2.000 m2. Por sua vez, o Hotel – que se irá chamar The Curator Art Palace Hotel – também acolhe obras da Colecção MACAM e terá um total de 64 quartos distribuídos entre o primeiro e segundo pisos do palácio, e um dos novos edifícios do projecto.

Aliado a um programa expositivo inovador, “o MACAM será um espaço de excelência para a fruição das artes visuais e outras actividades lúdicas, dispondo também de jardim, loja, cafetaria, restaurante, auditório, e uma capela dessacralizada com programação dedicada às artes performativas e à literatura” refere o site do futuro museu.


Julião Sarmento - Regras do Olísipo - 1985 - Óleo sobre tela 188 x 285 cm


Algumas das obras já foram cedidas para exposição em espaços museológicos como o Museu Nacional de Soares dos Reis e o Museu de Serralves, no Porto, o Museu Calouste Gulbenkian, o Museu de Arte Arquitectura e Tecnologia, o Museu Nacional de Arte Contemporânea e o Museu Colecção Berardo, em Lisboa, assim como o Museu Rainha Sofia, em Madrid, entre outras instituições.

A colecção foi iniciada quando Armando Martins tinha apenas 18 anos, e comprou, a meias com um amigo, um conjunto de 35 serigrafias. A compra da primeira pintura original só aconteceu em 1974, de um artista português, Rogério Ribeiro, e passou a ser mais intensa nos anos de 1980, particularmente de arte portuguesa contemporânea do século XX, estendendo-se depois aos estrangeiros, com artistas de todos os continentes, menos a Oceânia.

Embora tenha seguido o seu gosto pessoal, Armando Martins recorreu, ao longo das décadas, ao aconselhamento de curadores e galeristas como Pedro Cera e Filomena Soares, entre outros.

A colecção de Armando Martins foi distinguida, em 2018, com um prémio da área do coleccionismo, pela Fundação ARCO de Madrid, em Espanha.

Lusa/DI

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