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Instabilidade governativa, PRR, novo aeroporto e construção de novas habitações vão marcar 2024

28 de dezembro de 2023

A Associação Portuguesa de Projectistas e Consultores - APPC antecipa um ano de 2024 complexo e imprevisível, com Portugal a enfrentar um desafio marcante para o seu futuro.

Para a APPC, a implementação do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), a transição do Portugal2020 para o Portugal2030, a definição do local para o novo aeroporto, o lançamento da linha de alta velocidade Lisboa-Porto, o encerramento do programa Ferrovia 2020 e a execução dos planos de aceleração na construção habitacional, serão temas-chave para o próximo ano. A juntar a tudo isto, a recente instabilidade política, que adiciona uma camada adicional de incerteza a todo um cenário já por si bastante desafiante, leva a que a APPC tema que se viva num período prolongado sem a definição clara das prioridades do futuro governo, tornando as decisões importantes mais complexas.

"As empresas especializadas em consultoria, arquitetura, engenharia e fiscalização de empreendimentos, têm demonstrado uma sólida resiliência operacional. No entanto, há desafios que se mantêm ao longo dos anos, como é o caso das práticas inadequadas na contratação pública, que priorizam a avaliação das propostas pelo preço, em detrimento da qualidade. Além disso, a incapacidade de revisão de preços impede a recuperação de perdas causadas pela inflação dos últimos dois anos", afirma Jorge Nandin de Carvalho, Presidente da Direcção da APPC

O responsável acrescenta que "a APPC tem historicamente advogado pela previsibilidade nos planos de investimento público e pela estabilidade das decisões, permitindo que as empresas planeiem os seus ciclos de investimento. A associação enfatiza a importância de manter a estabilidade na procura pública para possibilitar a programação a médio e longo prazo das empresas associadas. Com tudo isto, a APPC destaca a necessidade urgente de ações determinantes para preparar o setor para o futuro. A previsibilidade e a estabilidade emergem como requisitos cruciais para motivar a concentração e o surgimento de empresas nacionais de arquitetura e engenharia capazes de competir internacionalmente".

Desta forma, a APPC espera que o país tome decisões rápidas e evite um período de incertezas que possa comprometer as capacidades de gestão e desenvolvimento das empresas do setor. A associação destaca a importância crucial das pessoas neste setor e apela por tempo, segurança e capacidade financeira para manter e qualificar as equipas. Apesar das atuais incertezas, a APPC espera que surjam sinais de estabilidade para sustentar os planos de atividades e investimentos das empresas representadas, permitindo um desenvolvimento sólido e sustentável em 2024.