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Parque de escritórios em Lisboa vai aumentar 20% até 2026

27 de janeiro de 2022

Mafalda Samwell Diniz, Head of Marketing & Communication da Maleo, revela que há uma crescente procura por ofertas flexíveis no mercado de escritórios.

Por esse motivo, o objectivo da Maleo até 2026 é duplicar a área de operações, passar dos actuais 12 mil m2 para 24 mil m2.

A Maleo, operador nacional de full-serviced office spaces, tem neste momento cinco business centers, todos em Lisboa (Mouzinho da Silveira, Saldanha, Liberdade, Castilho e Parque das Nações). Só no ano de 2020 realizou um investimento acima de três milhões de euros.

Em entrevista ao Diário Imobiliário, Mafalda Samwell Diniz, revela que mesmo ainda neste período de pandemia, se verifica uma grande vontade de recuperar o tempo perdido. A necessidade de ter um espaço físico adequado a cada caso, com uma organização que faculte um conjunto de valências que permita foco total na recuperação económica, é uma evidência junto do mercado.

A pandemia sugeria uma mudança na forma de trabalhar com a implementação do teletrabalho. No entanto, o regresso ao escritório tem sido em força. Como é que as empresas estão a lidar com esta situação? 

O teletrabalho teve impacto em toda a actividade económica, e a Maleo não foi excepção. Numa fase inicial, sentimos uma óbvia diminuição do número de pessoas que se deslocavam para os nossos centros. Mas, na verdade, os clientes continuaram connosco e assistimos, inclusivamente, a um aumento na procura dos nossos serviços.

Numa perspectiva mais alargada, verificamos uma grande vontade de recuperar o tempo perdido. A necessidade de ter um espaço físico adequado a cada caso, com uma organização que faculte um conjunto de valências que permita foco total na recuperação económica, é uma evidência junto do mercado. Algo que a Maleo está totalmente preparada para fazer.

Dou o exemplo do sector de TI, com cada vez maior impacto no imobiliário de escritórios nacional. Aliás, isso é visível na escolha de Lisboa como um dos 21 lugares do futuro pela consultora norte-americana Cognizant, acompanhada neste ranking por apenas mais duas cidades europeias. 

O número de casos de Covid tem consequências inevitáveis nos hábitos de todos nós, havendo uma grande preocupação em atender às regras emanadas pela DGS e também pelo senso comum. Distanciamento entre mesas de trabalho, utilização de máscara, higienização constante das mãos, arejamento dos espaços interiores, são hábitos que continuam a fazer sentido e a ser devidamente fomentados no interior das estruturas. Tudo com o objetivo de tranquilizar os colaboradores, motivando-os a manter os seus hábitos laborais.

Mas é inevitável que o teletrabalho ganhe relevo no modelo de trabalho das organizações. Algo para o qual estamos preparados, com a oferta de amplas soluções, de acordo com as necessidades caso-a-caso.

Quais as verdadeiras transformações ocorridas no mercado de escritórios?

Há uma crescente procura por ofertas flexíveis no mercado de escritórios. Este mercado já não se compadece com o simples arrendar de espaços; exige, desde logo, um cuidado maior com os detalhes do dia a dia dos clientes, com as suas necessidades, com a sua visão.

Na Maleo, estamos atentos e somos atenciosos. Atentos, por um lado, às tendências dos negócios e precursores, por outro, numa forma de estar e receber, diferenciadora, que assenta numa atenção e cuidado em face às exigências específicas de cada cliente. Somos verdadeiros anfitriões e, por isso, cada vez mais procurados por organizações que querem personalizar a sua ocupação. Temos na Maleo empresas que ocupam andares inteiros, que estão customizados e incluem todos os serviços (apoio de equipa de receção, amenities, acesso a salas de reunião, espaços de lazer, copa, etc.), com total privacidade e um serviço de excelência. Isto, além da resolução dos problemas normais do dia a dia de um escritório.

Que procura tem sido mais relevante em termos de espaço? De pequenas, médias ou grandes empresas?

A procura é variável, vai desde a empresa que procura um primeiro escritório permanente para equipas de menor dimensão, até ao cliente corporate com mais de 50 ocupantes. Mas, e independentemente da dimensão e conjuntura inerentes ao período que atravessamos, garantimos sempre o mesmo nível de serviço, do projecto de arquitectura à construção, manutenção e limpeza dos espaços de escritório, à escolha de mobiliário e aos serviços de telecomunicações e catering, bem como no apoio prestado.

Quem vem até nós pretende encontrar uma solução de espaços que assegure uma ocupação flexível à sua estrutura empresarial. Aqui encontra um pacote de serviços completos, com total segurança e conforto, 24 horas por dia, sete dias por semana, que permite escolher o formato ideal e adequado às necessidades e ambições. Na Maleo costumamos dizer que o “céu é o limite”. E orgulhamo-nos de disponibilizar esse céu a todos aqueles que nos procuram.

A procura ainda é maior do que a oferta?

Lisboa regista uma forte recuperação do mercado de escritórios. Dados recentes indicam uma recuperação do sector em 9%, isto face à ocupação observada em igual período do ano passado, de acordo com um estudo da consultora JLL. Ou seja, há uma dinâmica muito interessante, com uma oferta crescente. Algo que já tínhamos identificado anteriormente, até pelo subdimensionamento do mercado na Grande Lisboa, muito abaixo da média de oferta que se verifica a nível global em cidades com as mesmas características.

Quanto à procura, números do último trimestre de 2021 apontavam para uma ocupação acima dos 80.600 m², com a expectativa de alcançar os 120.000 m² até ao final do ano, segundo a consultora Savills, algo que ainda não sabemos se foi atingido. Há um decréscimo face ao período homólogo de 2020, mas tudo aponta para uma grande actividade nos últimos meses. 

No caso concreto da Maleo, sentimos exactamente essa tensão positiva, pois temos actualmente uma ocupação que ronda os 85%. Claramente, a natureza da procura está a evoluir num novo sentido, através de grandes ocupantes, com estruturas corporate que procuram mitigar os riscos de ocupação e vêem no modelo de escritório com serviços completos a solução a médio/longo prazo.

Há um maior optimismo no sector, e esperamos que a situação pandémica um pouco mais delicada que vivemos agora não coloque em cheque esta evolução.

Como a Maleo geriu e tem gerido esta pandemia? Quais consequências para a empresa?

Apresentámos soluções que permitiram o regresso dos colaboradores, logo depois do Verão, à medida das necessidades de quem nos procurou para desenvolver uma solução flexível e adaptada à sua visão. Com isso, adaptámos os espaços para os novos modelos de trabalho. Na Maleo, as empresas podem manter integralmente as suas equipas, ainda que nem sempre as tenha presencialmente e em simultâneo, o que permite total rentabilização do seu escritório.

Este foi um período de aprendizagem e adaptação, e demonstrou que estamos no caminho certo, com as ideias corretas para o setor. Sabemos que o mercado tem essa perceção. Quem fala da Maleo compreende que não nos cingimos a um modelo único e inamovível, somos capazes de nos adaptar às circunstâncias e responder aos apelos dos nossos clientes e potenciais clientes.

Em suma, não é bom passar por algo tão dramático como o que todos estamos ainda a passar. Mas esta oportunidade motivou-nos e deu-nos ainda mais vontade de implementar um projecto que sabemos ser de vanguarda no nosso país.

Quais as expectativas para o futuro?

Desde já, pretendemos concentrar as nossas atenções na consolidação dos cinco centros que temos em Lisboa. O objetivo é começar, desde já, a definir uma estratégia para os próximos anos, cientes que a prospeção do mercado e a capacidade de antecipar tendências é um dos segredos do negócio.

Mas claro que estamos também cientes do período conjuntural que actualmente se vive. Nesse sentido, a Maleo assume-se como um desbloqueador, cujas soluções flexíveis e adaptadas a cada empresa vão ao encontro das preocupações de quem nos procura e que nos considera um parceiro estratégico para o seu negócio.

Sem nos restringirmos ao curto prazo, temos também uma visão de mercado que chega a meados desta década. Por exemplo, sabemos que o parque de escritórios em Lisboa vai aumentar 20% até 2026.

Quanto ao mercado de serviced offices, que em 2019 não ultrapassava os 1,9%, do parque de escritórios, prevemos um crescimento para 5% até 2026.

Ou seja, há um potencial de expansão em Lisboa. É uma inevitabilidade, mais ainda face à mudança de paradigma dos espaços de escritório, que exigirá uma maior personalização e atenção às necessidades, caso a caso. Por ser esse o grande diferenciador da Maleo, vamos estar na linha da frente dessa expansão de mercado.

Assim, o nosso objectivo até 2026 é duplicar a área de operações, passar dos actuais 12 mil m2 para 24 mil m2.