
Imagem Matilde Viegas
Da Tailândia ao México, os cinco finalistas do Prémio Début Trienal de Lisboa Millennium bcp
A Trienal de Arquitectura de Lisboa revelou hoje os finalistas do Prémio Début Trienal de Lisboa Millennium bcp: cinco ateliers emergentes cuja prática chamou a atenção do júri. São eles o Bangkok Tokyo Architecture, da Tailândia; Palma, do México; ReSa Architects, da Índia; Robida Collective, da Itália; e TEN, da Suíça.
As equipas finalistas, oriundas de três continentes, apresentarão o seu trabalho durante um evento público nos dias de abertura da Trienal 2025 (02 a 04 de Outubro) – onde será anunciado o atelier vencedor.
A edição de 2025 recebeu 75 candidaturas elegíveis.
Os anteriores vencedores foram o colectivo brasileiro Vão (2022), o atelier espanhol Bonell+Dòriga (2019), Umwelt do Chile (2016) e o arquitecto Jimenez Lai do Bureau Spectacular (2013).
Testemunho do Júri
«Enquanto júri - refere a nota distribuída à imprensa -, temos o dever de reconhecer que nos encontramos num momento histórico — testemunhamos um genocídio em Gaza e guerras no Congo, na Ucrânia e em tantos outros lugares do mundo, enquanto, para muitas pessoas, a vida prossegue como habitualmente. Perante esta contradição, importa perguntar: que posição tomamos? Como irá a história julgar as nossas escolhas?». E prossegue a nota:
«Nós, membros do júri, escolhemos reconhecer práticas arquitectónicas que criam espaços para a vida: abordagens que promovem dignidade, comunidade e formas enraizadas de coexistência. É essencial resistir à imposição de um único padrão e, em vez disso, apoiar a diversidade de respostas arquitectónicas, ajustadas a diferentes realidades. As candidaturas apresentadas revelam que muitas pessoas que iniciam o seu percurso na arquitectura estão a afastar-se dos modelos tradicionais, optando por práticas colectivas e descentralizadas que, de forma encorajadora, respondem aos desafios do presente. Reconhecemos, ainda, um compromisso com o fortalecimento de estruturas de resistência já existentes, ao invés de uma obsessão pelo "novo". Trabalhar em contextos políticos, sociais, económicos e ambientais adversos requer formas de reconhecimento distintas.
O papel da arquitectura na criação de espaços para a vida nunca foi tão urgente. Num tempo em que o poder se concentra em poucas mãos, escolhemos destacar quem, através da sua prática, insiste em re-existir, reimaginar e resistir.» - termina a nota.
O júri dos Prémios Début e Carreira é formado pelos arquitectos Inês Lobo, Lígia Nobre, Samia Henni, Sandi Hilal e Yuma Shinohara.
Os três Prémios Trienal de Lisboa Millennium bcp – Début, Carreira e Universidades – visam promover uma arquitectura mundial inovadora, reconhecendo quem a faz. Desde a investigação transdisciplinar desenvolvida em ambiente académico, aos talentos emergentes e às práticas estabelecidas.