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Cortiça portuguesa no jardim do futuro em Londres

2 de junho de 2019

O designer britânico Tom Dixon desenvolveu, em parceria com a Ikea e o apoio da Corticeira Amorim, um jardim através do qual cria a agricultura urbana do futuro, premiado com medalha de prata pelo Royal Horticultural Society.

Apresentado no Chelsea Flower Show, Londres, o programa experimental de cultivo de plantas em ambiente urbano "Gardening will save the world" foi criado com cortiça e outros materiais 100% naturais, recicláveis e sustentáveis.

Finalizada a apresentação no Royal Hospital Chelsea, em Londres, o jardim vai ser instalado na Participatory City Foundation, durante cinco anos, com o objetivo de educar e sensibilizar para a importância do consumo sustentável. A iniciativa terá como objectivo criar um ecossistema acessível e inclusivo para envolver e educar as crianças e a comunidade sobre a importância e o prazer de cultivar seus próprios produtos.

Tom Dixon e a IKEA pretendem explorar soluções sustentáveis, acessíveis e inovadoras, que possam ser utilizadas pelo público para o cultivo de alimentos saudáveis e de plantas medicinais dentro das cidades. O modelo experimental de jardim tem como objectivo inspirar e encorajar as pessoas a cultivar e colher os seus próprios alimentos nas suas casas e nas comunidades urbanas. Para o efeito, o jardim harmoniza os métodos tradicionais de plantio com as formas futuristas de horticultura.

"Utilizamos a cortiça para os degraus, pisos e plataformas elevadas pelo baixo impacto ambiental do material. O contorno perfeitamente arredondado foi fabricado utilizando grandes blocos de compósito de cortiça", explica Dixon "o que sobrou de cortiça deste projecto vai ser reutilizado para criar novos materiais compósitos de cortiça."

Constituindo um material 100% natural, biodegradável e sustentável, a cortiça destaca-se no jardim, tendo sido utilizado aglomerado de cortiça para revestir a escadaria e o pavimento. O mobiliário do primeiro piso do jardim também é de cortiça, composto por bancos e mesas desenhados especificamente para integrar este oásis botânico de estética naturalista que convida os visitantes a mergulhar num ecossistema de árvores, flores e plantas. Os canteiros modulares foram elaborados com madeira com certificação FSC, e a estrutura de aço galvanizado produzida com emissões zero.

Para o líder criativo da IKEA, James Futcher, "a alimentação é uma parte crucial da vida quotidiana e, juntamente com Tom Dixon, a IKEA quer inspirar e viabilizar um estilo de vida mais saudável e sustentável. A participação no Chelsea Flower Show é um primeiro passo na nossa colaboração, onde esperamos desafiar o modo como a sociedade aborda o crescimento populacional e como é gratificante desenvolver os seus próprios alimentos num jardim dentro da cidade. O próximo passo será desenvolver uma série de produtos para o crescimento urbano".

Por sua vez, Cristina Amorim, da Corticeira Amorim, salienta que "foi muito gratificante colaborar neste projecto, que valoriza a sustentabilidade a diferentes níveis e incentiva a utilização de soluções inovadoras para dar resposta aos desafios da sociedade. O modelo de jardim projectado por Tom Dixon, com o apoio da Ikea, traz a natureza para dentro das cidades e promove a economia circular, um conceito que faz parte da Corticeira Amorim desde 1963, através da qual assegura a reutilização de todos os subprodutos resultantes da transformação da cortiça".

O jardim é composto por módulos para demonstrar que pode ser criado numa área muito pequena, como uma varanda, bem como ser dimensionado para servir uma comunidade inteira. A tecnologia permite que as plantas sejam cultivadas dentro de ambientes controlados durante todo o ano, incluindo uma variedade de plantas comestíveis,) como micro verdes e fungos, a par de diversas plantas decorativas.