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Casa Rotativa ganha Prémio Obra Sustentabilidade e Inovação do Fundo Ambiental e da Ordem dos Arquitectos

17 de novembro de 2021

A Casa Rotativa, projectada pelo arquitecto Pedro Bandeira, venceu a primeira edição do Prémio Obra Sustentabilidade e Inovação do Fundo Ambiental e da Ordem dos Arquitectos e foi nomeada para o prémio EU Mies Award 19, o galardão máximo da arquitectura a nível europeu.

A cerimónia de entrega do prémio tem lugar amanhã, dia 18 de Novembro, pelas 18h30, na Estação Elevatória a Vapor dos Barbadinhos/Museu da Água, em Lisboa. O Fundo Ambiental e a Ordem dos Arquitectos entregam os Prémios Arquitectura, Inovação e Sustentabilidade 2021, nas categorias Obra ao arquitecto Pedro Bandeira; e na categoria Dissertação, à tese de Jorge Fernandes e ao livro de Sílvia Benedito.

A cerimónia de entrega dos Prémios contará com a presença do Ministro do Ambiente e da Acção Climática e do Presidente da Ordem dos Arquitectos.

 

Casa rotativa: em busca do sol ou da sombra…

O conceito não é novo mas a casa erigida nos arredores de Coimbra aplica soluções inovadoras e com custos altamente competitivos: desde logo a faculdade da estrutura de canalizações e de casas de banho também acompanharem  movimento de rotação.

Numa casa que roda sobre ela própria, o objetivo é, naturalmente, aproveitar a energia solar, sem comprometer os sistemas eléctrico e de águas. Por isso, para manter a estabilidade de ambos, a casa roda, no máximo, três vezes em cada sentido.

A obra concebida pelo arquitecto Pedro Bandeira, professor de Arquitectura na Universidade do Minho, com a ajuda do seu irmão Filipe (engenheiro) tem um "comportamento" diferente conforme estejamos no Verão ou no Inverno. Durante a estação fria, ela "anda atrás do sol, porque queremos as casas mais quentes". No Verão, "faz exactamente o contrário", isto é, "tem um alçado mais exposto, que acaba por fugir ao sol, para não termos de usar ar condicionado ou ventilação mecânica para arrefecer a casa" – referiu o arquitecto esta manhã aos microfones da TSF.

Pedro Bandeira referiu que o projecto é para replicar e não se confinar apenas a um modelo protótipo para gozo pessoal. Até porque “não sai muito caro. A base que tínhamos foi de 120 mil euros; conseguimos construir a 870 euros o metro quadrado, uma coisa quase impensável hoje." - adiantou

O júri do Prémio Sustentabilidade e Inovação escolheu a Casa Rotativa por unanimidade e considerou que os projectistas exploraram "de forma notável, a questão da relação do movimento com a arquitectura".

Para Gonçalo Byrne, presidente da Ordem dos Arquitectos, o projecto "avança simultaneamente na linha da arquitectura vernacular dos faróis, ou moinhos de vento e das investigações de engenhos solares do início do século XX, apresentando um edifício-engenho igualmente mágico e útil em matéria de sustentabilidade".