
O Edifício Sousa Martins 24, é o mais recente projecto de construção da Santa Casa
Alienação de património imobiliário já rendeu cerca de 12 M€ à Santa Casa de Lisboa
A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa já arrecadou cerca de 12 milhões de euros com a alienação de património imobiliário desde a entrada em vigor do actual plano de reestruturação, revelou o provedor da instituição.
Em declarações à Lusa, Paulo Sousa adiantou que foram vendidos onze imóveis nas três hastas públicas que já decorreram e que “isso permite ir financiando os projectos que já estão em curso”.
Segundo o responsável, o património imobiliário da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) vale mais de 1,1 mil milhões de euros, sendo que uma parte está afeta à atividade da instituição, como os hospitais, as unidades de residência para idosos ou os centros de acolhimento para crianças e jovens.
Paulo Sousa explicou que os objectivos de alienação “são muito circunscritos a um conjunto de imóveis com determinadas características” e que, “no máximo dos máximos”, espera “atingir cerca de 100 milhões de euros nessa área”.
Explicou que, por isso, “o esforço está muito concentrado em todos os outros” imóveis, que, no total, valem cerca de mil milhões de euros, e precisam de reabilitação.
“Se tivéssemos capacidade para fazer, o que não temos ainda, entraríamos em obra em 80 imóveis”, afirmou, apontando que “a carteira de imóveis é muito vasta”, mas também “muito degradada”.
O provedor da SCML defendeu que os processos de alienação não têm “uma urgência desmedida” e que é preciso tranquilidade para ir percebendo as alterações do mercado e ir ajustando em conformidade.
Garantiu, por outro lado, que a instituição já não está a pagar rendas por imóveis que não utiliza, como aconteceu até aqui.
Deu ainda um exemplo de reabilitação de imóveis, anunciando que será inaugurada “tão breve quanto possível” uma nova residência para estudantes universitários, em Carcavelos, num “edifício que estava muito degradado, com uma área residencial para cegos, mas que nem um terço da sua capacidade estava utilizada”.
“Está a ser totalmente reabilitado e vai ser um novo projecto de alojamento de estudantes inclusivo”, revelou Paulo Sousa, sublinhando que “as obras estão a terminar”.
Segundo o provedor, esta residência será para estudantes normovisuais e para estudantes com deficiência visual, com equipamentos pensados para as suas necessidades.
A residência irá funcionar em parceria com universidades, uma delas será a Universidade Nova de Lisboa, integrando uma rede que já está a ser criada e que se chama Rede Um Quarto (1/4).
Lusa/DI