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Aldeamento colaborativo no Fundão vai dar “resposta inovadora” a seniores

19 de outubro de 2023

O Fundão vai ter um aldeamento colaborativo, com 21 moradias e capacidade para 60 pessoas, num investimento superior a dois milhões de euros, com o objectivo de proporcionar à população sénior “uma resposta inovadora”.

A obra, do Centro Assistencial Cultural e Formativo do Fundão (CACFF), está a concurso, depois de, na primeira vez, ter ficado deserto e o valor base ter sido aumentado em mais de 200 mil euros.

Segundo a presidente do CACFF, Alcina Cerdeira, a Aldeia do Prado, numa lógica de habitação colaborativa, “é uma resposta completamente nova, um projecto inovador, uma resposta distinta das ERPI (estruturas residenciais para pessoas idosas)”.

Alcina Cerdeira sublinhou que as pessoas têm ritmos diferentes, seja na hora de dormir ou das refeições, e que o aldeamento lhes permite a flexibilidade de recorrerem apenas aos serviços que pretendem, com uma margem diferente do que acontece em estruturas com muita gente.

“A esperança média de vida vai aumentando e nós temos mesmo de pensar na qualidade de vida. É a pensar nisso que temos de construir novas respostas e temos de pensar no envelhecimento activo”, salientou, em declarações à Lusa, a presidente do Centro Assistencial.


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Segundo Alcina Cerdeira, a intenção passa por seniores com autonomia poderem ter o seu espaço, enquanto participam na organização colectiva, “partilham saberes, organizam actividades em conjunto” e requisitam os serviços de refeições, lavandaria, psicologia ou de assistentes operacionais, se e quando o desejarem.

A presidente do CACFF frisou que este é um “conceito diferenciador”, assente no “respeito pela privacidade” dos moradores, que não têm de ser apenas seniores, uma vez que algumas moradias podem ser habitadas, temporariamente, por pessoas de outras faixas etárias.

Algumas das casas têm jardim ou horta, além de os seniores que ali passarem a residir poderem levar mobiliário seu, bem como “objectos pessoais”, ou “levar o gato”, explicou Alcina Cerdeira.

A presidente da entidade promotora do projecto sublinha a “flexibilidade nas respostas” e a possibilidade de as pessoas terem “capacidade de optar” sobre a sua vivência quotidiana, em simultâneo com a possibilidade de partilharem os espaços comuns, para fomentar o “sentido de pertença a uma comunidade”.

O espaço foi concebido para que os residentes “comuniquem como se fosse uma aldeia”, acentuou Alcina Cerdeira, destacando a inexistência de degraus na Aldeia do Prado, para eliminar barreiras arquitectónicas.

A Aldeia do Prado foi candidatada ao programa Nova Geração de Equipamentos e Respostas Sociais, no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

As instalações estão orçadas em cerca de dois milhões de euros, que deixaram de ter comparticipação a 100% devido ao aumento do custo dos materiais e da mão-de-obra, referiu a responsável.

Ainda em declarações à Lusa, Alcina Cerdeira disse esperar que os trabalhos, com um período de execução de 18 meses, comecem no início no próximo ano e estejam concluídas até ao final de 2025.

O custo com os equipamentos para a estrutura, cerca de 200 mil euros, vai ser suportado pelo CACFF.

Lusa/DI