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Investimento em activos do sector agrícola supera os 700 milhões na Península Ibérica

23 de junho de 2022

O número de fundos que investem no setor agrícola multiplicou-se 15 vezes nos últimos 15 anos, alcançando um volume superior a 700 milhões de euros na Península Ibérica em 2020, conclui a CBRE, através de uma análise ao sector em Portugal e Espanha.

Investimento em Agribusiness

Um aspecto muito relevante para o investimento no sector agrícola é a solidez dos dados económicos, sobretudo quando não é habitual encontrar um sector que apresente rentabilidades históricas sólidas (cerca de 15%).

A classe de activos do sector Agribusiness converteu-se num tipo de investimento com uma relação risco/rentabilidade muito atrativa para diversos investidores e o aumento da procura alimentar tem atraído investidores. Calcula-se que a produção alimentar crescerá entre 60 a 70% para dar resposta ao aumento da população mundial que, até 2050, atingirá 9 mil milhões de pessoas.

Em Portugal, propriedades com infraestruturas de irrigação no Alqueva podem atingir 25.000 euros/ha (para culturas permanentes), sendo que uma produção de amêndoa em estágio maduro pode exceder os 80.000 euros/ha.

Nos últimos cinco anos, o investimento em propriedades rurais aumentou em Portugal, especialmente no Alentejo e em Idanha-a-Nova.

“Se há 10 anos o investimento no sector agrícola era considerado de alto risco e enorme volatilidade pela maioria dos investidores, hoje o paradigma é muito diferente. O interesse no setor reside na simplicidade desta classe de activos, que estão intrinsecamente ligados a uma necessidade diária do ser humano, que é a alimentação, e que tem demonstrado rentabilidades muito interessantes e sólidas”, reforça Thomas Teixeira da Mota,  Director da área de Agribusiness da CBRE para o Sul da Europa.

No quadro da Península Ibérica, o relatório da CBRE indica que os produtos agrícolas, como o azeite, o vinho, os citrinos ou os frutos secos, assim como o suave clima do mediterrâneo e a disponibilidade de recursos hídricos (com destaque para o Alqueva) suscitaram o interesse dos investidores internacionais na região ao longo dos últimos anos. “A grande vantagem da Península Ibérica é o seu calendário de produção e as horas de sol. São condições climatéricas imbatíveis, que garantem a qualidade e diversidade das culturas”, acrescenta Thomas Teixeira da Mota.

A disponibilidade de terrenos de regadio na Península Ibérica constitui outro aspecto relevante, ao abarcar mais de 4 milhões de hectares de terrenos com esta característica. Em Portugal, a construção da barragem do Alqueva, em 2012, garantirá a ampliação do terreno de regadio a mais 50 mil hectares.