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Internacional

 

Como o mercado imobiliário brasileiro está a sobreviver ao Covid-19

8 de maio de 2020

O Covid-19 está a deixar marcas em todo o mundo. Do outro lado do Atlântico, o mercado imobiliário brasileiro também se ressente com a pandemia e os seus players garantem que o tempo é de desafios e oportunidades.

A Agência Newton, especialista em inteligência digital, divulga o Report Covid-19: Mercado Imobiliário e os resultados mostram que os consumidores esperam soluções digitais das empresas para viabilizar os negócios e que a maioria mantém o planeamento financeiro para a compra de imóveis.

O relatório indica que apesar do impacto negativo da pandemia para o segmento e a preocupação dos consumidores com sua segurança financeira, o momento ainda guarda oportunidades para as empresas do sector fecharem negócios, trabalharem a credibilidade de marca e modernizar suas ferramentas de atendimento.

Segundo o estudo da Newton, uma pesquisa realizada com empreendedores do sector imobiliário entre os dias 19 e 23 de Março de 2020 indica que 80% deles sentiram uma redução acentuada nas visitas físicas, explicadas pelas medidas de isolamento social. As visitas online também registaram queda, no entanto esse decréscimo foi menos expressivo e pode ser explicado pelo receito de parte dos consumidores em assumir compromissos financeiros neste momento (45% dos que tinham intenção de compra antes da pandemia decidiram adiar o investimento) e por deficiências nos ambientes digitais e nos serviços de atendimento remoto das empresas.

Ao ouvir os consumidores, a pesquisa apontou que 60% esperam a disponibilização da localização completa do imóvel pela mediadora, 38% desejavam visitas transmitidas por ferramentas de vídeo e 37% gostariam de fazer um tour 360º no imóvel. Em todos esses requisitos, o percentual de empresas que oferecem essas soluções está abaixo da procura.

"Mesmo em uma situação sem precedentes, o que equipa da Newton Data percebeu é que as empresas que estão a destacar-se são aquelas que não pararam de investir e, principalmente, que estão a ouvir atentamente aos seus clientes. Isso fica nítido numa solicitação feita por 60% dos interessados em comprar um imóvel e atendida por apenas 31% do mercado: a disponibilização da localização completa do empreendimento que está sendo comercializado. Um pedido absolutamente simples e que pode ser atendido a custo zero, mas que é ignorado pela maioria das empresas do sector, justamente por não monitorarem os dados e não ouvirem clientes que, muitas vezes, estão compartilhando informações nos próprios canais da marca”, afirma Ton Santos, CEO da Newton.

Apesar de os impactos no mercado imobiliário serem muito fortes, com 95% dos empresários referindo impactos no dia a dia de suas operações, o relatório da Newton aponta conclusões também positivas para o sector: 55% das pessoas com intenção de compra anterior à pandemia mantém o interesse na aquisição de um imóvel e também o planeamento financeiro para realizar o negócio. Além disso, o apoio financeiro à startups do sector imobiliário mantém-se em alta, bem como o fortalecimento da procura por imóveis enquanto investimentos seguros durante a crise.

Além de ouvir empresários e consumidores, o relatório analisou as medidas do governo e das empresas do segmento para enfrentarem a crise no mercado imobiliário, criando diversos desafios e das possibilidades de resposta para o sector. Esta análise mostra que, "além das flexibilizações nas regulamentações e as ofertas de emergência de financiamento, é fundamental que as empresas tentem consolidar sua transformação digital, oferecendo ferramentas para cristalização dos negócios e para gestão burocrática dos contratos. Assim, as empresas que aproveitarem esse momento para encontrar soluções para essas procuras sairão da crise mais competitivas comercialmente e mais respeitadas pelos consumidores.

"É perceptível nas nossas pesquisas a mudança de comportamento dos consumidores em diversos mercados, mesmo os que dependem directamente de uma visita física, como é o caso do mercado imobiliário. As pessoas estão a mudar a sua visão sobre o contacto virtual com as empresas, quando essa situação passar as marcas precisarão manter as facilidades e novidades digitais nos seus negócios, tornando-se vital para a operação um investimento contínuo nos meios digitais”, afirma Sarah Poleto, Planeamento Estratégico da Newton.

Pode ler o relatório AQUI