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Hasta pública da Fábrica Confiança em Braga ficou deserta

14 de fevereiro de 2020

A hasta pública para venda do edifício da antiga fábrica Confiança, em Braga, por pelo menos 3,6 milhões de euros, ficou hoje deserta por falta de licitações, disse fonte camarária.

O leilão promovido pela Câmara de Braga ficou sem propostas de compra, tendo sido apenas colocadas “algumas questões”, informou fonte da autarquia.

Face ao resultado, a Câmara de Braga decidiu hoje mesmo fazer uma nova va hasta pública para vender a Fábrica Confiança, alterarando porém o regulamento do leilão para as licitações serem por carta fechada, a entregar até 10 de Março.

A decisão, que foi tomada depois de a hasta pública de hoje ter ficado sem licitações, aponta a abertura das propostas para dia 11 de Março, em horário e local a designar, e mantêm nos 3,6 milhões de euros o valor base para as propostas de venda, disse o presidente da autarquia, Ricardo Rio.

“Este tem sido um processo envolvido em algum ruído. Consideramos que a modalidade de carta fechada pode gerar uma situação mais confortável para os eventuais interessados [em contraponto com o modelo de leilão público, como o hoje realizado]”, observou o autarca.

O presidente da Câmara de Braga esclareceu ainda que, “pela tipologia das questões colocadas hoje” na hasta pública, concluiu-se que haveria “vantagem em dar tempo aos potenciais investidores” para poderem reflectir.

Ricardo Rio sublinha ainda que a câmara está convicta de que o processo de venda da fábrica é “vantajoso, lícito e incontestável do ponto de vista urbanístico”.

A venda da fábrica, em processo de classificação como imóvel de interesse público, era contestada pela oposição e por uma plataforma cívica, que defendem a continuidade do imóvel na esfera pública.

O preço base da hasta pública era de 3,6 milhões de euros, o mesmo valor pago em 2012 pelo município para aquisição do edifício, desenhado por José da Costa Vilaça e inaugurada em 1921, tendo produzido perfumes e sabonetes até 2005.

 

Município quer Residência Universitária

O município, na apresentação da hasta pública, sublinhava ter elaborado um caderno de encargos que, “além de salvaguardar integralmente” a volumetria da antiga fábrica, previa a construção de um novo edifício destinado exclusivamente a residência universitária, com capacidade para 300 unidades de alojamento.

O documento apontava ainda para a criação, no edifício principal, de um centro interpretativo/museu da memória da Confiança e serviços de apoio à residência universitária.

O caderno de encargos foi elaborado após a aprovação do pedido de informação prévia (PIP), que contou com parecer favorável da Direcão Regional de Cultura do Norte e do Conselho Nacional de Cultura.

A alienação do edifício é contestada por PS, CDU e Bloco de Esquerda, e também pela Plataforma Salvar a Fábrica Confiança, para quem o imóvel deveria continuar na esfera pública e ser convertido num equipamento cultural.

Alegam que será um “negócio da China” para o privado que comprar, já que pagará, em 2020, o mesmo valor que a câmara pagou em 2012 quando adquiriu o edifício.

Lusa/DI