“Braço-de-ferro” pela Herdade da Comporta
O “braço-de-ferro” pela a compra da Herdade da Comporta está mais renhido que nunca. A disputa parece agora cingir-se ao consórcio Oakvest & Portugália (liderado pelo empresário britânico Mark Holyoake e pelo português Francisco Carvalho Martins, CEO do Grupo Portugália) e à parceria entre a filha do falecido empresário Américo Amorim, Paula Amorim, e o francês Claude Berda, dono daquela que é, actualmente, a maior empresa de promoção imobiliária em território nacional: a Vanguard Properties.
A Herdade da Comporta é a maior propriedade privada em Portugal com cerca de 12.500 hectares, dos quais 1.100 destinados ao cultivo do arroz e vários dedicados à produção de vinho, em estado e condições de enorme preservação ambiental. Mais do que a aptidão agrícola e florestal, é a vertente turística que maior interesse parece suscitar nos potenciais compradores, dadas as suas condições únicas, a sua extensa área verde, os seus dois campos de golfe e os vastos quilómetros de praia que confinam com o Atlântico.
A Herdade da Comporta integra a massa falida do Grupo Espírito Santo e a sua venda “deverá ser decidida a 27 de Julho num assembleia dos participantes do fundo imobiliário da Comporta”, sob a supervisão do Tribunal do Luxemburgo. Em causa estão duas operações em curso: a participação de 59% que a falida Rioforte do ex-GES detinha na sociedade Herdade da Comporta – Actividades Agro Silvícolas e Turísticas e o fundo imobiliário Herdade da Comporta FEIIF que gere o projecto turístico da Herdade.
O tribunal do Luxemburgo contratou o auditor internacional Clearwater Internacional que fiscaliza a operação.
Segundo noticiava ontem o Expresso, o consórcio entre o empresário britânico Oakvest & Portugália e a Portugália parece ter uma proposta mais vantajosa em detrimento da apresentada por Paula Amorim /Claude Berda.
A operação é de complicada compreensão dado existirem vários créditos detidos por diversas entidades como é o caso da empresa DCR&HDC Developments – Actividades Imobiliárias, Lda e a Caixa Geral de Depósitos, que é credora de 119 milhões euros. Segundo aquele órgão de informação, “com a diferença no tratamento dos créditos da DCR&HDC, a diferença na contrapartida em dinheiro entre as duas ofertas concorrentes ficava anulada, deixando as duas propostas empatadas nos 156 milhões de euros”. A ser assim parece escasso, já que na altura da falência do Grupo BES se falavam em valores para a Comporta na ordem dos 400 milhões de euros.