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Bandeira portuguesa - Freepik

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Portugal desceu para o 37.º lugar do ranking mundial da competividade

18 de junho de 2025

Segundo o “Ranking de Competitividade Mundial do IMD 2025”, Portugal continua a superar países como Espanha (39.º) ou Itália (43.º), destacando-se pelas suas infraestruturas e eficiência governativa, apesar dos desafios empresariais e económicos. 

Os resultados, divulgados em Portugal em parceria exclusiva com a Porto Business School (PBS), revelam, contudo, que o país desceu uma posição para 37.º no ranking do IMD, reflectindo ainda assim uma base competitiva estável num contexto global adverso.

Destaque-se a subida de Portugal para a 25.ª posição em termos de “infraestruturas” - o seu melhor desempenho entre os quatro factores analisados. Para tal, contribuiu a manutenção dos bons resultados na educação (21.º), beneficiando da otimização nas infraestruturas básicas (16.º vs 33.º em 2024) e científicas (26.º). Neste campo, Portugal destaca-se, ainda, pelo crescimento populacional e pela taxa de escolarização no ensino secundário (ambos 2.º lugar). Entre as fraquezas surgem o desperdício alimentar (61.º) e o rácio de dependência (56.º).

No factor “eficiência governativa”, Portugal sobe seis posições (35.º), assinalando-se os progressos nas finanças públicas (36.º vs 37.º), política fiscal (56.º vs 58.º), quadro institucional (30.º vs 42.º) e legislação empresarial (24.º vs 25.º), enquanto o quadro social mantém-se estável no 25.º lugar. O país destaca-se pela confiança dos investidores estrangeiros e por ter um governo livremente eleito (ambos 1.º lugar do ranking). Como fragilidades, persistem a carga elevada de impostos reais sobre as pessoas (66.º) e o sistema de justiça (59.º).

No que se refere à “eficiência empresarial”, Portugal desceu da 39.ª para a 42.ª posição, com um desempenho misto. A produtividade e eficiência caíram ligeiramente (47.º vs 45.º lugar em 2024), as finanças recuaram um lugar (45.º) e o mercado de trabalho melhorou duas posições (43.º). As práticas de gestão mantiveram-se estáveis (46.º) e as atitudes e valores desceram ligeiramente (28.º). Destacam-se positivamente a cultura nacional (3.º), a participação feminina na força de trabalho (8.º), além da flexibilidade e adaptabilidade (11.º). Entre as fragilidades estão o fraco desempenho dos mercados bolsistas (62.º), a insuficiente formação de trabalhadores nas empresas (61.º) e a elevada fuga de talentos (61.º).

Relativamente ao “desempenho económico”, Portugal regista uma queda para a 42.ª posição (39.º em 2024), refletindo desafios internos. A economia doméstica desceu do 44.º para o 54.º lugar, enquanto o comércio internacional subiu do 25.º para o 22.º posto, demostrando maior dinamismo externo. O investimento internacional recuou ligeiramente (33.º vs 29.º em 2024), o emprego manteve-se estável (39.º) e os preços desvalorizaram dois lugares na tabela (36.º). Destacam-se positivamente a concentração das exportações (3.º) e as receitas do turismo (7.º), enquanto persistem fragilidades no PIB real per capita (62.º) e no desemprego jovem (58.º).

Paralelamente e de acordo com os resultados da sondagem de opinião junto de decisores empresariais, os principais factores que tornam Portugal atractivo para o investimento e atividade económica são a disponibilidade de mão-de-obra qualificada (80%), a fiabilidade das infraestruturas (70,7%), os custos competitivos (64%) e o elevado nível educacional da população (49,3%). A política fiscal é o fator menos atractivo (2,7%).

Sublinhe-se que o IMD e a PBS destacam, no caso português, cinco desafios estratégicos para os próximos anos. Entre eles, a necessidade de diversificar a economia, reduzindo a dependência do turismo e a exposição a choques externos; bem como o reforço da educação e da qualificação em áreas críticas como gestão, tecnologias digitais e transicção verde. A reforma dos serviços públicos - particularmente na saúde, justiça e educação -, poderia contribuir para melhorar a eficácia e sustentabilidade. Além disso, seria fundamental inverter a tendência demográfica através de políticas de natalidade e de uma imigração integradora. Por fim, a revisão das leis de falência e reestruturação empresarial fortaleceria a competitividade do tecido empresarial português.

O “Ranking de Competitividade Mundial do IMD 2025” avalia 69 economias e é liderado pela Suíça, que regressa ao primeiro lugar, seguida por Singapura e Hong Kong. Dinamarca deixa o pódio tendo passado para a 4.ª posição (3.ª em 2024). Estes países destacam-se pela sua estabilidade institucional, capacidade de inovação e dinamismo económico.