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Habitação by century 21

 

Arrendar ou comprar casa: O que fica mais caro?

21 de abril de 2021

Comprar ou arrendar casa? Esta é uma decisão que que se coloca a muita gente, em particular aos jovens que querem fazer uma vida em comum. A resposta depende sempre da situação de cada pessoa ou agregado familiar e do facto de, em algumas zonas do país, ser difícil encontrar habitações para arrendamento de longa duração. Por outro lado, o próprio cálculo dos custos associados à aquisição é não só complexo como obedece a factores mutáveis ao longo dos anos.

Segundo um estudo agora elaborado pela RE/MAX, “a aquisição de um imóvel para habitação pode acarretar um menor esforço financeiro para as famílias do que a opção arrendamento, que se traduz numa poupança mensal”.

Tendo po base os os últimos dados publicados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), os arrendamentos corresponderam a cerca de 46% das vendas, ou seja, em cada 100 casas transaccionadas apenas 32 foram arrendadas.

 

Plataformas online têm maior número de casas para venda

No conjunto de imóveis habitacionais disponíveis em Março na rede RE/MAX, 29.669 imóveis (93,8%) destinavam-se a compra (15.512 apartamentos e 14.157 moradias) e 1.957 imóveis (6,2%) tinham como fim o arrendamento (1.790 apartamentos e 167 moradias). Lisboa lidera, representando 27,5% das habitações disponíveis para compra a nível nacional e também cerca de dois terços do total para arrendamento, sendo o único distrito que apresenta uma proporção significativa de opções de arrendamento, ou seja, em cada sete casas disponíveis uma está para arrendar. Se excluirmos Lisboa, as alternativas de arrendamento são ainda mais escassas, com uma em cada 33 habitações destinada a arrendamento.

 

Oferta de arrendamento é escassa, cara e, muitas vezes de má qualidade...

Numa leitura por concelhos, o de Lisboa, é o único que apresenta um rácio acima de 1 para 5 imóveis, em termos de alternativas de arrendamento face ao total. Já os concelhos de Cascais, Odivelas, Oeiras, Amadora, Porto e Almada apresentam um rácio, sensivelmente, de 1 para 10. A capital agrega praticamente um terço dos apartamentos disponíveis nos principais concelhos (32,3%).

No que respeita a moradias, Cascais com 9,8% e Sintra com 7,5% são as localidades mais representativas. Se excluirmos o concelho de Lisboa, só uma em cada 16 habitações é que se encontra para arrendamento nestes principais concelhos.

 

Poupança versus investimento a longo prazo

O estudo apresenta uma opção de arrendamento esclarecedora: “partindo de um exemplo de uma renda de 900 euros mensais, referente a um imóvel em Lisboa, num prédio urbano. Fazendo os cálculos a 35 anos, ao montante global de 378 mil euros de rendas é possível ainda subtrair a quantia de 17.570 euros, correspondente a benefícios fiscais de 15% das rendas suportadas a descontar no IRS (502 euros/ano). Desta forma, em três décadas e meia, o inquilino teria desembolsado 360.430 euros para usufruir da habitação.

Mas a opção de compra do referido imóvel, no pressuposto de que este custaria 195 mil euros, ficaria substancialmente mais barata a renda, com recurso a crédito bancário a 35 anos, dois titulares, financiamento de 80% do valor da habitação, com spread de 1% e Euribor a seis meses (-0,580%), a que se somam os custos notariais (485,92 euros), o Imposto Municipal sobre as Transmissões (4.562,78 euros), imposto de selo sobre a aquisição (1.560 euros) e imposto de selo sobre o crédito (936 euros). Ou seja, nos anos seguintes, para além da amortização dos 156 mil euros pedidos ao banco, com o seguro de vida (4.329,50 euros), o seguro multirriscos-habitação (1.241,10 euros), o Imposto Municipal sobre Imóveis (20.475 euros) e o condomínio (8.400 euros), o total a pagar seria de 250.491 euros pela aquisição do imóvel residencial. Em suma, o custo de comprar uma casa pode nem atingir 70% do custo de a arrendar, com uma poupança mensal de cerca de 260 euros.

Em termos de rácio de compra face ao arrendamento, na análise verifica-se que a opção de compra torna-se muito mais vantajosa quando comparados todos os imóveis habitacionais, pois a existência de muitas moradias nas zonas interiores do país com preços relativamente acessíveis, faz descer significativamente a diferença de preços entre as duas modalidades. O concelho de Lisboa revela ser o menos atraente para essa comparação, pois ainda que seja a região com mais e melhor representatividade de stock, é onde genericamente se registam as maiores diferenças, os maiores rácios compra versus arrendamento.