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Algarve: Lagos prevê investir 19,2 milhões de euros em habitação

19 de fevereiro de 2021

A Câmara de Lagos identificou as carências de habitação do concelho e previu um investimento de 19,2 milhões de euros para encontrar soluções de alojamento ou requalificar residências para um total de 399 agregados familiares.

O levantamento das necessidades de habitação do concelho de Lagos, no distrito de Faro, foi feito no âmbito da “Estratégia Local de Habitação” que o município aprovou na quarta-feira e que cumpre um requisito legal necessário para a autarquia apresentar “candidatura aos apoios financeiros do Estado, previstos na Nova Geração de Políticas de Habitação ao abrigo do Programa 1.º Direito”, refere a autarquia.

A câmara algarvia menciona que o documento agora aprovado faz um “diagnóstico actualizado das carências habitacionais do concelho” e estimou que as “soluções habitacionais” necessárias “representam um investimento de aproximadamente 19,2 milhões de euros, sendo 18 milhões de euros respeitantes a soluções a implementar pelo município e 1,2 milhões de euros destinados a beneficiários directos”.

A mesma fonte esclareceu que os beneficiários directos são “famílias detentoras de habitação própria e permanente, mas sem condição económica para realizar as obras de reabilitação necessárias”.

“Com base nos pedidos de habitação registados na câmara, na população sem-abrigo identificada pela Rede Social de Lagos e no levantamento de habitações municipais a necessitar de reparações, o diagnóstico revelou existir um universo de 399 agregados (correspondente a 851 pessoas) a viver em condições indignas e, como tal, elegíveis aos apoios no âmbito do Programa 1.º Direito”, quantificou a autarquia algarvia.

A Câmara de Lagos observou que “as carências mais expressivas” reportadas dizem respeito a casos de “precariedade” de “pessoas sem-abrigo, vítimas de violência doméstica, famílias com ordem de despejo, acções judiciais e situações de partilha ou cedência de habitação com/de familiares e amigos”.

“Estão nesta condição 198 agregados. Com semelhante peso (176 situações) surgem os agregados a viver em condições de insalubridade e insegurança devido ao estado de degradação das habitações, estando igualmente considerados neste critério os agregados a viver em habitações sociais que necessitam de reparações. As situações de sobrelotação e de inadequação identificadas correspondem, respectivamente, a 20 e a 5 agregados”, elencou o município.

 

Centro de Acolhimento Temporário

As opções de apoio referenciadas para estas famílias “são distintas” e estabelecem como “prioridades” a “construção de novos empreendimentos para arrendamento (que dará resposta a 153 agregados)” e a “reabilitação de fogos municipais (beneficiando uma população de 148 agregados)”, hierarquizou o município.

A autarquia revelou ter também prevista a “reabilitação de um imóvel destinado à instalação de um Centro de Acolhimento Temporário (resposta preferencial para a população sem-abrigo)” e a “reabilitação de habitação própria permanente (uma linha de apoio aos beneficiários directos que dará resposta a 60 agregados)”.

“Como segunda e terceira prioridades aparecem a construção de uma unidade residencial para 'cohousing' (com capacidade para dez agregados) e a possibilidade de arrendamento de fogos para subarrendamento (que será a solução para oito famílias)”, acrescenta.

A aprovação em sessão da câmara da “Estratégia Local de Habitação” tem agora de ser ratificada pela Assembleia Municipal, que tem a próxima sessão marcada para segunda-feira, acrescenta o município.

Lusa/DI