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No Bullshit no imobiliário? É isso mesmo: Não basta dizer, é preciso fazer!

13 de julho de 2021

A comunidade NBS - No Bullshit nasceu em plena pandemia, em Março de 2020, juntando diferentes players do mercado imobiliário (promotores, investidores, mediadores, consultores, etc) via Zoom para discutir diferentes temáticas de forma aberta e sem filtros. O lema é: Pensar e falar de imobiliário, sem medos.

O mentor deste projecto, André Casaca, admite que muita gente se queixa e todos dizem a mesma coisa mas, quando chega à hora “de FAZER” e liderar pelo exemplo, “vendem-se” por meia dúzia de trocos e a cultura não muda.

Na sua opinião ninguém tem coragem de fazer realmente diferente utilizando premissas de transparência e partilha de conhecimento sem medos e em prol da comunidade do mercado.

Foi assim que nasceu a ideia de criar a Comunidade NBS, em plena pandemia e com sentimentos de previsão de mudança do ciclo de mercado.

"Começámos com umas “conversas de café”(via zoom) com temas que levava a muita divagação e pouco sumo.

"Em 2021 decidimos lançar um formato de estudos de caso com Business Plan´s reais de investimentos que estão a acontecer e cujos participantes apresentam e colocam os seus números e tomadas de decisão em 'cima da mesa'. Todos aprendemos imenso. Neste momento começam também a surgir os primeiros negócios que resultam da confiança que se criou nesta comunidade", explica o responsável. 

Mas  mas como nasceu esta ideia de negócio?

A comunidade NBS nasceu em plena Pandemia, em Março de 2020. O propósito foi juntar diferentes players do mercado imobiliário (Promotores, Investidores, Mediadores, Consultores, etc) via Zoom e discutir diferentes temáticas de forma aberta e sem filtros. O primeiro formato que desenvolvemos foi o Oportunidades vs Calamidades. Inicialmente foi interessante mas verificamos que a conversa ia sempre dar ao mesmo. “Falta de transparência”, “falta de confiança nas pessoas do mercado”, “o mercado vai cair”, “o mercado vai crescer”…ou seja, para temas distintos o caminho ia sempre dar ao mesmo e as conversas tornaram-se pouco interessantes e produtivas. Volto a frisar que a ideia da criação desta “comunidade de partilha” não teve nenhum propósito de ganhar dinheiro. Aliás, tudo o que foi feito do ponto de vista digital e etc, foi investimento “a fundo perdido”.

Desenvolvemos também uma BD sobre o ciclo da Promoção Imobiliária porque entendemos que há muita falta de conhecimento acerca desta actividade que é possivelmente a única que consegue agregar todos os participantes do mercado imobiliário. Tivemos o apoio do Diario Imobiliário na publicação da mesma, o que foi bastante positivo. Em 2021 lançámos o formato dos case studies e julgo que foi de facto um “acto de coragem” e inovação. Basicamente decidimos apresentar case studies na lógica da promoção imobiliária, com Business Plan aberto para que todos os participantes percebessem os racionais do investimento e pudessem criticar /perguntar/ sugerir, etc. Muitos dos case studies apresentados estão neste momento em execução, não são exercícios académicos. São casos reais e em operação. Tem sido um formato onde temos aprendido muito com todos os participantes. Numa primeira fase os casos eram todos nossos mas os outros participantes também se sentiram a vontade para apresentar os seus.

Acredita que falta falar e fazer o que não é politicamente correcto no mundo imobiliário?

Tenho a certeza que falta dizer a verdade e fazer o que tem de ser feito. “Politicamente correcto” não é a expressão que melhor se adapta. Diria que a “comunicação” que o mercado pratica é demasiado opaca e incoerente. Demasiados interesses e pouca assertividade, pouca realidade.

E o que realmente é necessário mudar na mentalidade dos intervenientes do sector?

Não sou nenhum “guru” que tenha a chave da verdade ou a sabedoria de fazer tudo correctamente. Pelo contrário, a minha inexperiência é uma virtude que me obriga a fazer diferente. Dito isto, o que acho que falta muito é coragem. Coragem para confiar no mercado, coragem para partilhar know-how de forma “desinteressada”, coragem para mudar realidades e lobbies que não criam qualquer valor, coragem para tornar o mercado imobiliário fluido entre todos os seus intervenientes, sem desconfianças e “espertezas” para tirar vantagem.

Que negócios têm surgido deste formato criado pela NBS?

Posso afirmar que os negocios só surgiram agora. Estamos a criar uma sociedade de investimentos que iniciará a sua actividade nas próximas semanas e um “estúdio de comunicação” que também se irá afirmar em breve, apesar de já ter desenvolvido vários trabalhos “in the house”.

Que inovações trazem ao mercado?

Bem, a principal inovação a meu ver será sempre a visão, a forma de comunicar e a “cultura”. Uma sociedade de investimentos não tem grande inovação. O modus operandi poderá ser um pouco mais “inovador”, mas, a meu ver, o sucesso depende totalmente do know-how e das boas práticas dos participantes. Na lógica da comunidade, duas inovações que pretendemos colocar em prática são o “consultório Imobiliário” e a “incubadora de projectos”. O consultório tem como objectivo ajudar o público em geral, podendo apoiar tomadas de decisão. A incubadora de projectos tem como objectivo apoiar a criação de projectos imobiliários. No que diz respeito ao estúdio de comunicação, tentaremos trazer inovação nos formatos de “imagem”. Queremos também estabelecer a “Banda Desenhada” como uma forma de comunicar imóveis, por exemplo.

Em que consiste o conceito NBS, AKA No Bullshit?

Tal como o nome indica, o conceito pretende atrair players do mercado com valores idénticos e uma cultura de mercado que coloca o “Bullshit” de fora.Obviamente que não basta dizer ! É preciso praticar o que se diz. É isso que tenho tentado fazer nos últimos sete anos e foi essa mentalidade que nos permitiu criar esta comunidade.

O que esperam para o futuro?

Não temos uma bola de cristal e temos consciência que a economia global atravessa um período de grande incerteza e mudança. No entanto, o objectivo para o próximo ciclo imobiliário é criar uma estrutura de promoção imobiliária com dimensão nacional.

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